Um lote com pelo menos 36 milhões de vacinas compradas pelo governo Bolsonaro foi herdado vencido ou prestes a perder a validade pela gestão Lula. A informação foi divulgada neste domingo (23) pelo colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
O material precisou ser incinerado pelo Ministério da Saúde no primeiro semestre deste ano. A média é de 200 mil doses descartadas ao dia.
O levantamento, feito pela coluna com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, mostra que, de janeiro a junho, o ministério incinerou 36,6 milhões de doses de imunizantes. A cada 10 doses de vacina descartadas, nove venceram ainda em 2022 ou até março deste ano.
Do contingente total, 66% das vacinas são de Covid, com 24,3 milhões de doses. Em seguida, com 15%, a vacina tríplice, ou DTP (difteria, tétano e coqueluche), com 5,6 milhões de doses. A vacina contra febre amarela, com 3,3 milhões de doses incineradas, representou 9% do total.
Também foram descartadas vacinas contra raiva canina; BCG (tuberculose grave); hexavalente (difteria, tétano, coqueluche, poliomielite, hepatite B e Hib); catapora; tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora); e cólera.
Ainda segundo a coluna, todas essas doses destruídas foram compradas pelo governo de Jair Bolsonaro, que fazia ataques públicos à vacinação contra a Covid, na contramão de regras sanitárias básicas e internacionais.