Vítima de um feminicídio na última quinta-feira (6), quando foi atingida no queixo pelo próprio marido, a cigana Hyara Flor Santos Alves, de apenas 14 anos, pediu ajuda ao pai, Iago Alves, horas antes do fato. A suspeita é que um jovem de 14 anos, chamado Amadeus, tenha tirado a vida de Hyara. Eles tinham 40 dias de casados.
"Ela ligou na noite anterior para o pai, por volta de 20h, e disse que precisava muito falar com ele. Eles tinham uma relação muito próxima, mas ele acabou não indo. Na cultura deles, quando a filha casa, eles se metem o mínimo possível na vida da filha. Ele se arrepende muito, repete muito isso, diz que se tivesse dado importância, teria evitado", contou, com exclusividade à Salvador FM, a advogada da família de Hyara, Janaína Panhossi.
Em depoimento à Polícia Civil, o tio de Hyara, Ricardo Alves, confirmou que tinha um caso extraconjugal com a mãe de Amadeus, sogra da garota que perdeu a vida. "O tio [Ricardo Alves] de Hyara confirmou que tinha caso extraconjugal com a sogra de Hyara e que isso talvez tenha motivado o pai do Amadeus a induzir o filho a atirar na esposa. Essa sogra estava obcecada pelo tio de Hyara. Dava presentes caros. Esse é o ponto que pode ser o motivo", contou.
Janaína confirmou ainda que familiares de Hyara já tinham notado, antes do crime, que a garota estava com os braços marcados por ferimentos. Questionada, Hyara era interrompida pela sogra, que dizia que as marcas eram fruto de "brincadeiras" entre o casal.
A advogada negou ainda que o pai da jovem morta esteja oferecendo recompensa para quem achar o suspeito do crime. "Não procede, de modo algum. Ele nega essa oferta de recompensa. Ele alegou em depoimento que espera na Justiça as providências, que não quer fazer Justiça com as próprias mãos".