A banda pernambucana Fulô de Mandacaru subiu ao palco do Largo do Pelourinho na noite deste domingo (25) para animar o último dia dos festejos juninos da capital. O trio, que neste ano completa 22 anos de formação, levou ao público sons autenticamente juninos e defendeu a bandeira do forró.
Antes de iniciar a festa, Armandinho do Acordeon, porta-voz do grupo, falou sobre a Lei Luiz Gonzaga 3083/2023, aprovada em urgência na Câmara Federal no último dia 20. A proposta é de autoria do próprio Armandinho, e foi apresentada ao plenário da Câmara pelo deputado pernambucano Fernando Rodolfo (PL-PE).
De acordo com o sanfoneiro, o objetivo do projeto é garantir que os recursos públicos utilizados no período junino tenham 80% para contração de bandas tradicionalmente do gênero forró, além de outras manifestações ligadas ao gênero musical. Os outros 20% ficariam destinados a outros ritmos musicais.
“Eu acho que é importante ter um espaço para todo mundo, mas não pode inverter a prioridade. Imagina se chegar aqui, e não tiver uma regulamentação, vamos derrubar o Pelourinho e fazer um grande shopping? Não! Por que é tombado? Para que as pessoas conheçam a história. Por que precisa ser regulamentado? Porque senão nossa cultura vai acabar”, explicou Armandinho do Acordeon.
São João é forró
O artista ainda defendeu que a cultura, assim como saúde, educação e segurança são direitos sociais, e por isso deve ter investimentos públicos bem direcionados.
“A gente tem uma ministra da cultura baiana, porreta, minha amiga Margareth Menezes. Então a Bahia dá aula de São João, e a gente vai aos pouquinhos ocupando esses espaços para que tenha esse caráter multicultural, mas sem perder a identidade, que no São João é o forró”, defendeu.