De lados opostos no campo ideológico e na atuação na Câmara Federal, os deputados federais Jorge Solla (PT) e Roberta Roma (PL) acreditam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no julgamento que pode torná-lo inelegível pelos próximos oito anos.
Na ação ajuizada pelo PDT é pedida a inelegibilidade de Bolsonaro por “desordem informacional”, o que inclui informações “confusas” sobre o processo eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral. Os deputados baianos falaram ao portal Salvador FM sobre o julgamento de Bolsonaro na última sexta-feira (23), em meio aos festejos de São João que ocorrem nas cidades de Cruz das Almas e Amargosa, no Recôncavo Baiano.
Perseguição
Embora acredite existir “uma perseguição” do Judiciário, que, em suas palavras, “assumiu um lado de oposição à direita”, a deputada Roberta Roma acredita que Bolsonaro será condenado pela Corte. Ela ocupa uma cadeira na Casa Legislativa Federal pelo mesmo partido do ex-presidente, agora réu.
“É muito triste e a gente pensa que ele vai ser julgado e condenado antes de qualquer coisa. É isso mesmo. Somos uma oposição, sempre. Somos uma oposição consciente”, disse a deputada, em Cruz das Almas.
Apesar de acreditar na condenação, Roberta Roma reforça o argumento do seu esposo, o presidente do PL na Bahia e ex-ministro do governo Bolsonaro, João Roma, de que há um posicionamento parcial do Judiciário na análise do caso.
Outros atos
Assim como Roberta Roma, o deputado Federal Jorge Solla, que passou a véspera de São João em Amargosa com o governador Jerônimo Rodrigues, acredita que o julgamento culminará na condenação e inelegibilidade do ex-presidente, com o acrescimo de novos casos.
“A expectativa é de que esse primeiro julgamento já leve à inelegibilidade do ex-presidente Bolsonaro”, opinou Solla. Ele ainda ponderou que o principal quadro nacional do PL deve responder por outros crimes.“Com certeza outros virão. Crimes mais graves, crimes que levaram à morte milhares de pessoas, crimes que levaram a destruição de uma série de políticas públicas, e para além dos crimes eleitorais ele vai ter que responder por esses outros também”, elencou.
Em discurso proferido na última sexta-feira (23) durante um evento organizado pelo Partido Liberal na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Alers), Bolsonaro disse que “se estiver vivo até lá, e também elegível, se essa for a vontade do povo”, lançará candidatura à presidência em 2026.
O TSE deu início ao julgamento às 9h da última quinta-feira (22) e retomará na próxima terça (27).