Com o São João batendo na porta, quem vai aproveitar a comemoração em Salvador não fica de fora do clima. Para muitos, os fogos de artifícios são indispensáveis na tradição e, por isso, a procura aumenta na capital baiana, nos dias que antecedem os festejos.
Laércio Sales trabalha há 28 anos no ramo, no bairro Fazenda Grande do Retiro, e há 15, conta com a ajuda de sua esposa, Marise Figueiredo, que todos os anos tira férias do trabalho no mês de junho para se dedicar às vendas.
Segundo o comerciante, as vendas deste ano ainda não bateram as expectativas, mas é esperado que a situação melhore no decorrer dos dias.
“Esse ano começou mais devagar devido à muita chuva na capital. Choveu muito, o pessoal estava desanimado. Mas hoje já, com esse tempo melhorando, com certeza as vendas de fogos vão melhorar muito. Ontem já teve uma venda boa, já melhorou. A estiada que deu ontem já deu pra poder sentir o São João realmente batendo na porta dos barracões de fogos”, comemorou.
Marize também acredita que as vendas aumentem nos próximos dias. “O pessoal aqui que já conhece a gente, já passa e diz ‘olha a tia do fogos’. A expectativa é muito grande para que o sol abra pra gente vender tudo, e para o pessoal que a gente revende também, que todo mundo que trabalha, ganhe com isso, e que depois a gente possa curtir o nosso São Pedro”, finalizou.
De acordo com o casal, a tradição é imprescindível, sobretudo para as crianças.
“Não pode faltar não. É uma tradição muito antiga do São João. É um material que as crianças gostam de brincar para se divertir. O que mais vende são traques de massa e o de riscar e as bombinhas. As mães passam aqui com as crianças e não tem jeito não. Elas fazem os pais voltarem pra poder comprar os traques. Tem que comprar, não tem pra onde correr”, disse Laércio.
No entanto, o comerciante faz um alerta para que os pais fiquem atentos na hora da compra. De acordo com ele, pré-adolescentes tendem a buscar por fogos mais poderosos, o que configura um risco durante a diversão, tendo em vista que o Hospital Geral do Estado costuma receber muitos pacientes com demandas de queimaduras durante o período junino.
“Os pré-adolescentes que vem na banca comprar os fogos, os pais têm que estar atentos porque os meninos de 13, 14 anos acham que eles já são homens que pode tocar fogos poderosos, tipo a poderosa bomba batom, e aí a gente tem que ter cuidado para poder vender esse tipo de material para os meninos. Eu acredito que bomba batom são fogos pra adulto, não é pra menino de 12, 13 anos. Nós não vendemos não, não tem como vender não. Só se tiver acompanhado do pai ou da mãe. Tem que estar junto, tem que ter um adulto perto dele. Se uma pessoa vender uma bomba dessa aí, Deus livre e guarde, estoura na mão do menino, acabou o São João da família e a gente também fica com a consciência pesada”, alertou Laércio.
Com informações do repórter Paulinho FP