Política

Saiba quem são os militares que aparecem nas conversas de Mauro Cid sobre atos golpistas

Conversas sobre o golpe estão em relatório da PF

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Cinco militares foram identificados nas conversas coletadas no celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid. Os diálogos giravam em torno dos atos golpistas ocorridos em janeiro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou na sexta-feira (16) a retirada de sigilo do celular de Cid para análise da Polícia Federal.

Os militares identificados no relatório da polícia são: Coronel Jean Lawand Junior, general Édson Skora Rosty, tenente-coronel Marcelino Haddad, major Fabiano da Silva Carvalho e sargento Luis Marcos dos Reis.

Coronel Jean Lawand Junior

O coronel de artilharia do Exército aparece cobrando Mauro Cid sobre um plano, em oito etapas, para que as Forças Armadas assumissem o comando do país diante da derrota do ex-presidente nas urnas.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele[que] dê a ordem, que o povo está com ele (…). Acaba o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo”, afirmou Lawand ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro por mensagem.

General Édson Skora Rosty

Na época, ele era subcomandante de Operações Terrestres. Nas mensagens, Rosty afirma que Bolsonaro “tem que dar a ordem”.  “Meu amigo, na saída do QG encontro bom [com] o ROSTY, SCmt COTER. Foi uma conversa longa, mas para resumir, se o EB [Exército Brasileiro] receber a ordem, cumpre prontamente. De moto [modo] próprio o EB nada vai fazer porque será visto como golpe. Então, está nas mãos do PR [presidente da República, Jair Bolsonaro]”, repassou Lawand a Cid no dia 2 de dezembro.

Tenente-coronel Marcelino Haddad

Ex-comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro, enviou para a Mauro Cid considerações de um jurista, documentos e apresentações do Exército, que ajudaram na elaboração de um plano golpista.

Entre os itens, está um documento intitulado “Forças Armadas como poder moderador”, em que é apresentado um plano controverso que, em tese, autorizaria a convocação de militares para arbitrar conflitos entre os poderes.

Major Fabiano da Silva Carvalho

Apontado como um dos responsáveis por elaborar um “guia” para aplicar um golpe no final de 2022. Por e-mail, Carvalho encaminhou um conjunto de respostas enviadas pelo jurista Ives Gandra Martins.

Entre os questionamentos feitos pelo Major, ele pergunta se as Forças Armadas poderiam ser empregadas “na garantia dos poderes constitucionais” em situação de normalidade. Gandra Martins afirmou, então, que “pode ocorrer em situação de normalidade se no conflito entre poderes, um deles apelar para as Forças Armadas, em não havendo outra solução”.

Sargento Luis Marcos dos Reis

Preso pela PF, ele participou ativamente dos atos golpistas de 8 de janeiro e é citado em uma conversa com Cid sobre manifestações de cunho golpista em frente ao Quartel do Exército de Goiânia (GO).