Política

Câmara se manifesta após vereadora de Salvador ser alvo de racismo

O vereador Alexandre Aleluia (PL) também repudiou a agressão e reforçou a necessidade de uma averiguação dos fatos para punir os autores. O colega Julio Santos (Republicanos) disse que “o protesto é aceitável, mas não é admissível fazer o que fizeram com Ireuda”.

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Os vereadores deixaram de lado as disputas ideológicas e repudiaram com veemência, na sessão ordinária desta terça-feira (13), às agressões racistas e machistas sofridas pela vereadora Ireuda Silva (Republicanos), após a sessão ordinária de ontem (12) que aprovou o reajuste de 8% dos vencimentos para os servidores ativos, inativos e pensionistas do Magistério Público (Projeto de Lei nº 142/2023). 

Ireuda ocupou a tribuna da Câmara e disse que foi cercada por homens e mulheres que queriam que o reajuste para o Magistério Público fosse de 20%, sendo agredida com palavras racistas, como “negra suja”, e intimidações de toda ordem. “Vou tomar as medidas cabíveis para que esses agressores sejam identificados e punidos”, afirmou a vereadora.

Ela ressaltou que “votou com consciência” e dentro da possibilidade financeira da Prefeitura, que tem que honrar com os seus compromissos. Informou ainda que o capitão Carrilho, da Assistência Militar da Câmara, evitou um linchamento público.

O presidente da Câmara, vereador Carlos Muniz (PSDB), se solidarizou à vereadora Ireuda e frisou que, quando houver votação com manifestação, “todas as medidas serão tomadas para garantir a segurança dos vereadores”. Muniz ressaltou que “é inadmissível qualquer tipo de ofensa e todos têm que respeitar o contraditório”.

O vereador Téo Senna (PSDB) ressaltou que Ireuda “trava com bravura uma luta contra o racismo e contra a violência de gênero, não podendo ser agredida dessa forma em razão de uma votação que foi por acordo”.

“Sabemos o que passamos e como o racismo funciona. Repudiamos qualquer ato de violência”, afirmou o vereador Sílvio Humberto (PSB) ao se solidarizar com a colega Ireuda Silva. 

As vereadoras Marta Rodrigues (PT) e Laina Crisóstomo (PSOL) ressaltaram que o contraditório tem que ser respeitado em qualquer situação. “Racismo e machismo são coisas sérias. Não concordamos com essa prática”, frisou Laina.

Uma apuração detalhada dos fatos foi solicitada pelo vereador Leandro Guerrilha (PP), que disse que também já sofreu agressões por votar contra interesses de certas categorias que ocuparam as galerias da Câmara. “Repudio todo tipo de violência e voto com a minha consciência”, assegurou. 

O vereador Alexandre Aleluia (PL) também repudiou a agressão e reforçou a necessidade de uma averiguação dos fatos para punir os autores. O colega Julio Santos (Republicanos) disse que “o protesto é aceitável, mas não é admissível fazer o que fizeram com Ireuda”.

“Tem que haver respeito mútuo”, afirmou o vereador Antonio Carolino (Pode). O vereador Isnard Araújo (PL) pediu para a Casa instalar mais câmeras no Paço para identificar quem pratica agressões contra os colegas.

O vereador Orlando Palhinha (União) também se solidarizou à vereadora Ireuda e condenou os atos machistas e racistas.