Política

À espera da nomeação: Carballal completa dois meses em 'banho-maria'; relembre trajetória camaleônica

"Neste momento, a minha gratidão é imensurável", disse o edil, ao ser indicado pelo posto pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), em um café da manhã com outros vereadores

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Anunciado em 29 de março de 2023 como novo chefe da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), o vereador de Salvador Henrique Carballal vive até hoje (30/5) a incerteza sobre a assunção no cargo estadual. 

"Neste momento, a minha gratidão é imensurável", disse o edil, ao ser indicado pelo posto pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), em um café da manhã com outros vereadores.

Para além das rochas com as quais ele deve lidar no órgão (caso realmente assuma a pasta), um pedregulho encrenca o seu caminho: a Lei das Estatais, que fez com que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) recomendasse ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) a sua "não-nomeação"

Em seu artigo 17, a Lei das Estatais veda a indicação, para o Conselho de Administração e diretoria das empresas públicas, de ministros, secretários estaduais ou municipais, de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo.

A esperança agora é que o governo Jerônimo mova as engrenagens políticas e catapulte Carballal para o posto por alguma fresta na Legislação. Coisa parecida fez o presidente Lula (PT) para nomear o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que era senador pelo Rio Grande do Norte.

Nem mesmo a promessa de Carballal de abandonar o mandato na Câmara Municipal da capital fez com que a "caneta cantasse" no Diário Oficial do Estado. Com isso, Antonio Carlos Tramm, do PSB, perdura no posto.

Bota casaco/tira casaco – Professor de história e líder estudantil na juventude, Carballal já passeou por quase todas as vertentes políticas. Ainda nos primeiros anos de vida pública, ele chegou a ser presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e tinha ligação com o então clandestino PCdoB.  

Depois, passeou por partidos como PT e PV. No partido ambientalista a primeira grande mudança: apoiou ACM Neto, então do DEM, para a prefeitura de Salvador. A mudança foi recheada de críticas aos líderes petistas.

Anos depois, foi para o PDT, quando rompeu com o grupo de Neto e voltou a ter relações amigáveis com o grupo petista.