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Câmara do Texas aprova impeachment de procurador-geral conservador e aliado de Trump

revelou uma divisão entre seus correligionários.

Elizabeth Frantz/Reuters
Elizabeth Frantz/Reuters

Deputados do estado americano do Texas aprovaram neste sábado (27) com ampla maioria o impeachment do procurador-geral Ken Paxton, republicano e aliado do ex-presidente Donald Trump, acusado —inclusive por correligionários— de abuso de poder.

A Câmara estadual de 149 membros registrou 121 votos a favor do afastamento e outros 23 contra. Assim, Paxton será temporariamente afastado enquanto aguarda que votação similar ocorra no Senado, que pode expulsá-lo de vez no caso de dois terços de votos favoráveis.

Paxton está há anos sob investigação do FBI, a polícia federal americana, por acusações de que usou seu cargo para ajudar um doador de campanha e também foi indiciado por acusações de fraude de valores mobiliários em 2015, embora ainda não tenha sido julgado.

Ele nega todas as acusações, que diz serem fabricadas, e na semana passada, ao atacar seus críticos, disse que removê-lo do cargo seria um presente para o presidente Joe Biden e o Partido Democrata.

O processo contra o procurador-geral, com reconhecida agenda anti-imigração —fator importante, se levado em conta que o estado do Texas faz fronteira com o México—, revelou uma divisão entre seus correligionários. Alguns o defenderam. Enquanto outros o acusaram e disseram haver provas suficientes para que fosse retirado do cargo.

Donald Trump, em intensa campanha para ser o candidato republicano à Casa Branca no ano que vem, manifestou apoio a Paxton. Ele criticou o presidente da Câmara local, o também republicano Dade Phelan, por permitir o processo de impeachment, e publicou mensagens na Truth Social com a frase “liberdade para Ken Paxton”.

Paxton assumiu posições à ultradireita em diferentes agendas no país. Ele chegou a processar o governo Biden cerca de 50 vezes para interromper políticas em curso nas áreas de migração, acesso a armas de fogo e regulamentação de negócios empresariais.

Após a decisão da Câmara, ele publicou comunicado nas redes sociais em que descreve o episódio como ilegal, antiético e profundamente injusto. “Aguardo uma resposta rápida do Senado, onde tenho plena confiança de que o processo será justo”, escreveu.

Na Casa, a principal aliada dele é também sua esposa, a senadora Angela Paxton. Há poucos dias, na última quinta (25), o Comitê de Investigação da Câmara, composto por cinco membros, votou de forma unânime para recomentar que Paxton seja destituído do cargo.

Informações do Folhapress