O governo federal comprou 19 toneladas de bisteca para compor cestas básicas que deveriam ser enviadas a indígenas no Vale do Javari, no Alto Solimões (AM), mas a carne congelada nunca chegou às comunidades indígenas.
Os contatos, de acordo com o Estadão, foram assinados no governo Bolsonaro entre 2020 e 2022 e seguem em vigor na atual gestão do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A proteína seria dividida com os funcionários da Funai – agora Fundação Nacional dos Povos Indígenas. O sumiço das bistecas foi confirmado pelos indígenas que deveriam receber o produto e por um comerciante que deveria enviá-lo. Até a funcionária da Funai que assinou o contrato de compra fala em desperdício de dinheiro público, mas alega que seguia ordens de seus superiores.
"Era um desperdício, realmente, do dinheiro público”, admitiu Mislene Metchacuna Martins Mendes, atual diretora de administração e gestão da Funai. “Parte dos alimentos chegava sem condições para consumo, mas a ordem era entregar”, disse ela, à publicação paulista.
Procurados, os presidentes da Funai no governo Bolsonaro e no governo Lula não se manifestaram.