Coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores Públicos do Estado da Bahia (Fetrab), Kleber Rosa (Psol) se mostrou insatisfeito com o reajuste salarial linear de 4% aos funcionários públicos estaduais. Em entrevista ao Portal Salvador FM, na manhã desta segunda-feira (8), o representante criticou o Governo do Estado e revelou os próximos passos para a reivindicação.
“Temos uma perda acumulada de 53.3% ao longo dos últimos oito anos. Obviamente o que a gente espera de um novo governo é que ele traga isso pra mesa, que ele apresente uma proposta ou que ele esteja disposto a dialogar com os trabalhadores, e com vias a fazer a correção dessas perdas. Esses 4%, primeiro, não é suficiente sequer para as perdas do último ano e segundo, não sinaliza para o que pra gente é fundamental, que é uma proposta que dialogue com a reposição dos 53%. Ainda que não seja 53% de imediato, mas uma proposta que dialogue com o compromisso de repor essas perdas acumuladas”, pontuou Kleber.
O coordenador destacou ainda um terceiro elemento. Segundo ele, a forma que o governo adotou para apresentar a proposta não agradou, pois descartou a possibilidade de um diálogo com os servidores.
“As categorias foram chamadas separadamente com ênfase de que isso aqui não é uma negociação, isso aqui não é uma mesa de diálogo, isso aqui é uma comunicação, ‘vamos comunicar que a nossa posição é essa’, deixando evidente de que não estava disposto ao diálogo, que não tava negociando e que a posição do governo já tá fechada e que os trabalhadores não teriam outra opção que não aceitar”, criticou Rosa.
GREVES E PARALISAÇÕES
Segundo o servidor, no momento, a reivindicação não é pelo aumento do salário e sim, pela reposição das perdas dos últimos anos e visando uma solução, está acontecendo uma série de reuniões sindicais. A próxima está prevista para esta terça-feira (9), na Associação dos Funcionários Públicos, onde deve ser discutida inclusive, a possibilidade de greves e paralisações.
“Vamos fazer uma plenária unificada do conjunto dos servidores, não só do sindicato, mas todo trabalhador está sendo convidado pra gente discutir formas de mobilização e mostrar ao governo a nossa insatisfação e tentar forçar uma uma abertura de diálogo e algo que sinalize para a reposição dos 53.3% […] O que nós estamos fazendo é reunindo todo mundo, avaliando as diversas possibilidades e cumprindo etapas por etapas. Paralisações, greves estão sempre na mesa como possibilidade a depender da disposição e do nível de endurecimento também do Governo para com os trabalhadores. Então esse é um tema que nós vamos discutir amanhã. Amanhã é possível que a gente já comece a sinalizar sobre as formas de mobilização e de luta que nós vamos apontar. Hoje nós não temos nenhum indicativo nem de paralisação e nem de greve”, afirmou.
Vale lembrar que ainda há um projeto sobre o reajuste a ser votado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).