Os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva foram condenados a 21 anos de prisão em regime fechado, pela morte do adolescente Lucas Terra, em 2001. A sentença, que cabe recurso, foi proferida pela juíza Andréia Sarmento às 21h30, desta quinta-feira (27) no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.
Os pastores foram julgados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Os três agravantes para o homicídio são: o motivo torpe, o emprego do meio cruel e a impossibilidade de defesa da vítima.
Em março de 2001, o adolescente teria flagrado uma relação sexual entre os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido da Silva, dentro do templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no bairro do Rio Vermelho. Depois disso, Lucas foi estuprado, e colocado em uma caixa de madeira, onde foi queimado vivo em um terreno baldio na Avenida Vasco da Gama, com a ajuda do terceiro pastor, Silvio Galiza – que já teve condenação, pena reduzida e acabou solto por liberdade condicional em 2012.
Júri Popular
O julgamento que condenou os dois pastores teve início na terça-feira (25). As sessões contaram com sete jurados, cinco homens e duas mulheres, sob a liderança da magistrada Andrea Teixeira Lima Sarmento Netto. Os promotores Ariomar José Figueiredo da Silva e Davi Gallo representaram o Ministério Público da Bahia (MP-BA) na acusação dos pastores.
Durante depoimento nesta quinta, o pastor Joel Miranda afirmou que não conhecia Lucas antes do desaparecimento. Além disso, o réu indicou que não mantinha qualquer relação, inclusive de amizade, com o outro acusado. “Não sou homossexual”, frisou.
Já o pastor Fernando Aparecido da Silva admitiu que conhecia o adolescente mas negou ter participado do crime.