A nova fase da Lava-Jato prendeu Gim Argello, ex-senador do PTB, mas mira outros ex-parlamentares. Eles são suspeitos de partilhar R$ 5,3 milhões em propina para não convocarem dirigentes da OAS e da UTC para depor na Comissão Parlamentar Mista (CPMI) que investigava irregularidades na Petrobras, em 2014.
A OAS é suspeita de pagar R$ 350 mil a Argello e a UTC, R$ 5 milhões. O próprio dono da UTC é um dos colaboradores da Operação Lava-Jato que confirmou ter desembolsado a quantia para não ser convocado a depor na CPMI, tocada pela Câmara Federal e Senado, em conjunto.
O dinheiro teria sido partilhado entre políticos ligados ao ex-presidente Fernando Collor (PTB).
Entre os mencionados na delação da UTC estão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR), o ex-senador Luiz Estevão (PRTB-DF) e o deputado Alberto Fraga (DEM-SE). Eles alegam que as contribuições recebidas de Argello são legais.
Conforme Ricardo Pessoa, Gim Argello teria orientado que tal valor fosse dividido e doado aos diretórios distritais de quatro partidos políticos: Democratas (DEM/DF) – R$ 1.700.000,00 -, Partido da República (PR/DF) – R$ 1.000.000,00-, Partido da Mobilização Nacional (PMN/DF) – R$ 1.150.000,00- e Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB/DF) – R$ 1.150.000,00. Estes partidos, juntamente com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB/DF), formaram, em 2014, a coligação "União e Força", pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador da República pelo Distrito Federal. Não há indício de que tais partidos tenham participado ou tivessem ciência da origem ilícita dos recursos.
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