O músico e escritor Chico Buarque, alfinetou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante cerimônia de recebimento do Prêmio Camões, nesta segunda-feira (24). Cabe destacar que Chico conquistou a honraria em 2019, mas o então mandatário se recusou a assinar o diploma para a entrega do prêmio.
“Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado e eu já me perguntava se haviam me esquecido. Quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o meu diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para a assinatura do nosso presidente Lula”, disse Chico Buarque.
Presente na cerimônia, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também teceu críticas à antiga gestão de Bolsonaro e afirmou que a ação do ex-chefe de Estado fazia parte de um “projeto de ataque à cultura”.
“É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura. O prêmio Camões deveria ter sido entregue a Chico Buarque em 2019 e não foi. Sabemos por quê. O ataque à cultura foi uma extensão do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui para fazer esse gesto de reparação e celebração da obra do Chico, é porque a democracia venceu no Brasil”, disse Lula.
Quando foi indicado para receber o prêmio, Jair Bolsonaro se expressou nas redes sociais afirmando que assinaria o documento até “31 de dezembro de 2026”, quando acabaria seu 2º mandato, caso fosse reeleito.