A possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível neste ano não fará o ex-presidente desistir de retornar ao comando do país –nem o levará a indicar um sucessor político.
De acordo com um aliado frequente, ele “não se renderá”. Seguirá na militância política e esperará o tempo passar para tentar reverter a inelegibilidade no próprio TSE, em 2026.
Na análise do núcleo central do bolsonarismo, no Brasil tudo é possível, e reviravoltas políticas e jurídicas são a regra. Basta ver o que aconteceu com Lula (PT), que estava preso e inelegível em 2018 —e acabou voltando ao poder quatro anos depois.
A aposta de Bolsonaro se concentraria nas consequências da passagem do tempo. A primeira delas: o ministro Alexandre de Moraes, que hoje preside o TSE, terá que deixar o tribunal em junho de 2024.
Com a dança das cadeiras, o TSE terá entre seus integrantes três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Os dois últimos foram indicados ao STF por Bolsonaro, e são considerados voto certo a favor do ex-presidente.
Cármen, por sua vez, terá que deixar a Corte eleitoral em agosto de 2026. No lugar dela deve entrar o ministro Dias Toffoli.
A segunda consequência da passagem do tempo que poderia beneficiar Jair Bolsonaro: um inevitável desgaste de Lula no poder.
Com isso, o contexto político mudaria –e cresceriam as chances de Bolsonaro recuperar o direito de se candidatar.
De acordo com um aliado do ex-presidente, caso Lula consiga fazer um governo amplamente aprovado pela população, o quadro muda. Neste caso, nem adiantaria Bolsonaro se candidatar, pois seria certamente derrotado nas urnas.