A pouco mais de 120 dias dos Jogos Olímpicos do Rio, a presidente Dilma Rousseff vetou a renovação da isenção fiscal para a importação de equipamentos esportivos que não têm produção nacional, ativa desde 2002. Esse mecanismo, que cortava pela metade o custo de importação, garantiu, por exemplo, a compra de aparelhos para o campeão olímpico Arthur Zanetti e dos barcos da equipe de vela.
O veto foi publicado na segunda.Para Lars Grael, presidente da Comissão Nacional de Atletas, o veto “acende a luz amarela” para o esporte brasileiro. “Imagina o que pode acontecer depois disso? É um sinal muito negativo. O País deseja ser potência olímpica e ser potência olímpica não tem prazo de validade. Isso (o veto) demonstra que nossa preocupação de que o esporte possa cair em depressão depois da Olimpíada é de verdade”, diz.Lars foi quem criou o projeto, como secretário nacional de Esporte.
A isenção do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para equipamentos e materiais esportivos que não têm equivalente produzido no País virou lei em maio de 2002 e foi renovada em 2012, até o fim de 2015.Quando a MP da Olimpíada (693/15) passou pela Câmara, o deputado João Derly (Rede-RS), bicampeão mundial de judô, inseriu emenda que renovava a isenção para “na importação de equipamentos ou materiais esportivos destinados às competições, ao treinamento e à preparação de atletas e equipes brasileiras” até 2022.
Ele foi pego de surpresa com o veto, uma vez que as informações que vinham do ministério do Esporte, agora sob o comando de Ricardo Leyser (PCdoB-SP), eram de que o texto seria sancionado na íntegra.
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