Saúde

Virose atinge 93% das crianças nesse período; infectologista conta como lidar com o diagnóstico

No primeiro trimestre deste ano, o VSR causou mais infecções que o vírus da gripe;

Divulgação
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Uma onda de virose tem atingido 93% das crianças durante todos os anos. Neste mês de abril a doença se manifesta com mais facilidade. Nesta época do ano, em 2022, foram registrados 14.489 casos de vírus respiratório no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde,  sendo 13.542 na faixa etária de 0 a 4 anos.

O termo virose costuma ser usado para representar algumas doenças que afetam não somente o trato respiratório como também o trato digestivo em crianças. Uma vez contraída a doença, deve estar atento aos sinais de alarme que indicam gravidade como: dor abdominal de forte intensidade, dor no tórax, falta de ar, náusea, vômito, grande aumento na frequência das evacuações, com consistência mais líquida, febre, dor de cabeça, diminuição do nível de consciência e sangramentos. 

De acordo com a médica pediátrica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Lívia de Araújo, “os casos de virose são comuns nessa época do ano. Devido às mudanças climáticas coincidirem com a época de retorno das aulas escolares, as crianças são mais suscetíveis a contrair essas viroses, sendo assim, buscam mais as unidades de saúde” “Já observamos um aumento do número de casos de crianças com síndromes virais; portanto é necessário mantermos a vigilância aos sinais de alarme que traduzem possíveis complicações graves dessas viroses. Não estarmos em situação como vividos na pandemia Mas há risco de aparecimento de casos mais graves como pericardite, meningoencefalite, pneumonias…, por isso o alerta a estes sinais para intervenção imediata”, afirmou ao Portal Salvador FM.

A infectologista também pontuou que durante o isolamento no período de pandemia, as crianças foram mais “protegidas” de contrair essas viroses. “Uma criança tem em média pelo menos duas síndromes gripais ao ano devido à sazonalidade e atividades sociais escolares. Durante o isolamento da pandemia, houve uma mudança do comportamento social das crianças que impediram de adquirirem as habituais viroses. Portanto a conhecida imunidade de rebanho adquirida quando aglomeradas nas atividades escolares presenciais foi adiada. Desde ano passado, temos percebido maior número de casos de síndromes virais nessa faixa etária da população nessa época do ano; sendo mais frequente a recorrência. Quando fica boa de uma virose aparece outra”.

“Para tratamento não há um antiviral específico a não ser se tratar de infecção pelo vírus da influenza onde há a possibilidade de uso do antiviral oseltamivir; mas fora estes casos específicos o tratamento baseia-se nos sintomas com uso de medidas gerais, uso de sintomáticos e observação em casa. A internação apenas para os casos com sinais de alarme e crianças com comorbidades de risco”, contou. 

Mas, como forma de prevenção dessas viroses, Lívia indica hábitos de vida saudável, maior atenção à hidratação, higienização das mãos e repouso. Lembrando que a criança com virose deve estar sob vigilância constante aos sinais que indicam maior gravidade para intervenção imediata. Mas a princípio o tratamento é baseado nos sintomas; nesse período é essencial, evitar exposição de outras pessoas vulneráveis.