Política

Hilton defende proibição raspagem de cabelo em presos: "dignidade para a população carcerária"

Segundo o político, trata-se de 'dignidade para a população carcerária'.

Vagner Souza / Salvador FM
Vagner Souza / Salvador FM

O deputado estadual, Hilton Coelho (PSOL), defendeu, nesta quarta-feira (5), seu projeto de lei que proibe a raspagem obrigatória do cabelo dos presos na Bahia. Segundo o político, trata-se de 'dignidade para a população carcerária'.

As declarações foram dadas em entrevista ao programa Fora do Plenário, da Salvador FM. "O Brasil tem uma dívida com sua população carcerária. Os presídios funcionam quase que como um depósito da população negra e o mínimo que podemos fazer é respeitar a escolha deles. Se quiser raspar, tudo bem. Mas não é para ser obrigado", explicou 

Questionado se o projeto dele beneficiava quem deveria ser punido por cometer crimes, o socialista criticou a visão punitivista adotada na Bahia. "O descontrole da violência no Brasil também está relacionado com o desrespeito completo à população carcerária. Isso está criando uma verdadeira bomba social. Não podemos ter um olhar só punitivista, mas é preciso também pensar em fazer a ressocialização deles", acrescentou.

O político disse ainda que outras ações, sobre a temática prisional, serão proposta na Assembleia Legislativa da Bahia. "Essa é só uma das ações que queremos mexer, outros mandatos não compram essa discurssão, mas não podemos nos omitir, por isso, proponho também a CPI do carceiramento", disse ao criticar a gestão do estado da Bahia, no setor de segurança pública.

Para além da críticas com relação ao combate da criminalidade, Hilton Coelho ainda fez algumas cobranças a despeito dos primeiros 100 dias  do governo Jerônimo. "Ainda estamos em um momento de expectativas. Porém, áreas como a educação ainda esperam sofrem com o bloqueio do orçamento, que foi feito na gestão Rui Costa. Jerônimo vai seguir sem apoiar nossas universidades?", indagou o edil.

EMBASA

Sobre o serviço prestado pela Embasa, o socialista repreendeu o loteamento da empresa a um grupo político. A empresa é chefiada por Leo Góes, ex-secretário de Rui Costa, e ligado ao MDB.

"O que precisa ser feito é investimento, por parte do Governo do Estado, para que a Empresa possa atuar com qualidade máxima. O corpo técnico da Embasa tem inúmeros projetos que podem ser feitos e que podem, inclusive, baratear custos para a população. A necessidade de desbloqueio passa necessariamente para um desbloqueio político, a saída de forças conservadoras e interesseiras da Empresa. Democratização dos projetos, transparência nos investimesntos e desloteamento da organização", criticou.

Além disso, Coelho diz que com mais investimentos na estatal ela pode gerar grandes resultados.  "Não existe nenhum motivo plausível para pensar na privatização da Embasa. Pelo contrário, é uma empresa que ainda pode ser muito investida, e faz um programa de acesso amplo de acesso à água. Caso a gente privatize, esse bem básico vai virar produto de mercado, fazendo com que a gente tenha uma crise social ainda maior", finalizou.