O mês de abril começou com aumento das invasões de propriedades e ameaças de novas ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em vários municípios do interior da Bahia. Na tarde desta segunda-feira (03), o deputado estadual Tiago Correia (PSDB) aproveitou o seu tempo na tribuna da Assembleia Legislativa para fazer duras críticas aos invasores, a quem chamou de terroristas.
O tucano condenou a volta do chamado “Abril Vermelho”, deixando claro ser a favor da Reforma Agrária, mas que uma luta justa e legítima não pode ser desvirtuada por grupos que não respeitam a lei. “O assunto precisa ser debatido e encarado com responsabilidade, com diálogo e com respeito à Constituição Federal do Brasil. As invasões são inaceitáveis e não podem ser toleradas num Estado Democrático de Direito”, disse Correia. Ele destacou que a falta de reação dos governos estadual e federal estimula as invasões e, além de ilegais, as ações não contribuem para os avanços sociais na zona rural.
Logo após o discurso de Tiago Correia, o deputado Hilton Coelho (PSOL) subiu à tribuna. Ele apresentou dados sobre a produção agrícola da Bahia, dizendo que os pequenos produtores são responsáveis por 80% da safra da Bahia. Ao rebater a fala do colega de parlamento e respaldar as atitudes do MST, falou que “existe muita desigualdade no campo e terras improdutivas ocupadas por grileiros”, afirmando ainda que os fazendeiros costumam reprimir as manifestações dos sem-terra com violência e o uso de armas.
Os dois pediram a palavra mais uma vez e debateram o assunto no plenário. Tiago Correia questionou a falta de conhecimento do psolista sobre o tema. “Vossa excelência, que nasceu no meio urbano, não conhece o que acontece no interior do estado. Estão roubando a produção, roubando animais, sequestrando propriedades e pedindo resgate. Convido o senhor a visitar comigo essas regiões e entender a realidade do campo”, provocou. Hilton Coelho respondeu dizendo que já rodou o estado ao lado de representantes de movimentos sociais e sabe o que se passa nessas regiões.
O presidente da ALBA, Adolfo Menezes, também manifestou sua opinião e posicionou-se contra as invasões do MST, cobrando das autoridades locais que zelem pelo que rege a Constituição.