Bahia

Assista: Barraqueiros lamentam remoção de estruturas em Barra de Jacuípe: ‘ vamos ficar desempregados’

Os profissionais se reuniram em um vídeo, pedindo uma solução para o problema

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Barraqueiros que ocupam a faixa de areia da praia de Barra de Jacuípe, costa do município de Camaçari (BA), lamentam a remoção das estruturas que está prevista para acontecer nos próximos dias. Segundo os trabalhadores, eles ficarão sem emprego, pois não serão realocados para uma outra área.

Os profissionais se reuniram em um vídeo, pedindo uma solução para o problema. “Quero saber se nós realmente vamos ficar desempregados, senhor prefeito? Nós dependemos disso aqui”, pontuou uma barraqueira. “Temos família, necessitamos desse trabalho daqui. É viável para todos nós trabalharmos. Eu preciso de emprego, preciso trabalhar”, suplicou mais um. “Aqui é nosso meio de viver, é a nossa sobrevivência”, contou outro. “Muitas pessoas precisam disso aqui para viver. Emprega, gera renda”. “Se você colocar a gente pra fora, como é que a gente vai ficar? Eu não posso mais trabalhar, já vou fazer 60 anos, minhas filhas estão desempregadas, os meus filhos também, meus netos. Como é que fica?”, disse outra.

No vídeo, os profissionais não se manifestam contra a retirada das barracas, mas pedem que a prefeitura consiga um outro lugar para que eles possam continuar trabalhando. Uma das barraqueiras afirma ainda que há um terreno próximo à praia e sugere que seja feita uma transferência para o local.

“Temos um terreno bem grande ali no fundo, um terreno que daria para realocar todas as barracas”, disse. “Dá para eles pensarem em alguma coisa, para eles realocarem todo mundo, padronizar todo mundo, colocar as pessoas em quiosques, todo mundo ia ter que se responsabilizar a pagar, todo mundo certinho. As pessoas vêm para a praia, vão achar o que aqui? Areia?”, questionou outra.


 

Veja vídeo:

O conteúdo contou ainda com a participação de pessoas que frequentam a praia. Os clientes também se manifestam contra a retirada das barracas, sobretudo feita sem dar uma alternativa para os trabalhadores.

“De certo ponto eu até concordo [com a retirada], mas eu acho que a prefeitura tem que intervir nesta hora porque não pode deixar o pessoal desamparado. Se há necessidade de realocar o pessoal, que seja feito”, pontuou um cliente. “Tem que trabalhar mesmo, é melhor trabalhar do que estar roubando, porque o governo não está dando nada pra ninguém não. A gente que tem que correr atrás para pagar as contas”, defendeu outra.
 

MANIFESTAÇÃO

Na manhã desta quinta-feira (30), um grupo de barraqueiros bloqueou um trecho sobre a ponte do Rio Jacuípe e atearam fogo em objetos na pista, protestando contra a retirada das barracas.

O QUE DIZ A PREFEITURA?

De acordo com a prefeitura, os barraqueiros foram informados antecipadamente sobre a ação, que cumpre o Termo de Compromisso e Ajuste de Conduta (TAC) assinado em 22 de setembro de 2009, pela Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e da Advocacia Geral da União (AGU), que determina a remoção das estruturas instaladas irregularmente na faixa de areia pertencente à União.

“Há um cronograma, que dentre outras obrigações, estabelece prazo para a retirada das barracas que ocupam irregularmente a faixa da areia, em cumprimento ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Deste modo, as intervenções que acontecem nas praias da costa visam cumprir o calendário apresentado à Justiça”, disse a Prefeitura de Camaçari, em nota enviada ao Portal Salvador FM.

Sobre a manifestação ocorrida na manhã da quinta-feira (30), a Sedur salienta que “a maioria das pessoas envolvidas neste protesto são ambulantes, que se instalaram no local após a retirada de todas as barracas de praia, conforme determina o processo nº 0020951-19.2015.4.01.3300, que tramita na 14ª Vara Civil Federal da Seção Judiciária do Estado da Bahia”.

Em contato com o Portal Salvador FM, a prefeitura afirmou ainda que está procurando áreas públicas do município para realocar os barraqueiros, mas não determinou um prazo para que a situação seja solucionada.

“A gestão está procurando áreas públicas do município para uma possível relocação, visando contemplar aqueles barraqueiros que estão dentro do TAC. As intervenções que acontecem nas praias da costa visam cumprir o cronograma apresentado à Justiça, o qual decorre exclusivamente do cumprimento das próprias determinações judiciais. Tais ações demonstram que o município está cumprindo as determinações emanadas da Justiça Federal”.