Política

Lula tem assuntos "espinhosos" a tratar no Brasil mesmo com cancelamento de viagem á China

Presidente Lula (PT) adiou viagem ao país asiático após descoberta de pneumonia

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) deve mudar o foco após o cancelamento da viagem à China, que estava prevista para o último fim de semana. A decisão foi tomada após a descoberta de uma pneumonia e o diagnóstico de Influenza A. Por isso, neste momento, a recomendação é a de manter-se em recuperação, apenas realizando agendas internas.

Ainda assim, o petista terá pelo menos dois assuntos importantes a se preocupar: o chamado arcabouço fiscal e o rito das Medidas Provisórias, alvo de uma crise entre os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente.

De acordo com o jornal o Globo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também cancelou a viagem à China após o diagnóstico de Lula, a expectativa é a de que o anúncio da nova regra fiscal seja antecipado. Na última sexta-feira (24), Haddad afirmou querer sanar todas as dúvidas de Lula sobre a proposta para, enfim, apresentá-la.

Com relação ao rito das MPs, ao menos 20 delas aguardam para ser debatidas e votadas nos próximos meses. No entanto, o tema é motivo de embate entre os parlamentares desde 7 de fevereiro, dia em que o presidente do Senado assinou um ato para revogar o modelo adotado no início da pandemia da Covid, em 2020, que deu mais poder e tempo de análise aos deputados. Ao propor a volta das comissões mistas, conforme previsto na Constituição, o Senado tenta retomar o protagonismo.

O impasse, no entanto, pode atrapalhar os planos do governo. Entre as medidas em pauta, há temas considerados urgentes pelo Palácio do Planalto, como a recriação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), extinta pela gestão Lula por uma MP, e a composição ministerial atual.

É em meio a quebra de braço entre os dois presidentes que a Câmara dos Deputados vota, nesta semana, as 13 MPs editadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) no fim do ano passado.