Política

Rui Costa critica Banco Central após Copom manter taxa de juros no mesmo patamar

Ministro da Casa Civil do governo Lula (PT), Rui Costa classificou que decisão demonstra "insensibilidade"

Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro da Casa Civil do governo Lula (PT), Rui Costa, criticou o Banco Central (BC) após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido a taxa de juros em 13,75%, mesmo índice dos últimos seis meses, desde agosto de 2022.

A decisão foi tomada nesta quarta-feira (23), por unanimidade, após reunião do grupo e se deu em meio a turbulências no sistema bancário global e a críticas do chefe do Executivo federal e de ministros do governo ao atual nível da taxa de juros.

Em nota emitida após reunião, o Comitê afirmou que, embora a reoneração dos combustíveis tenha reduzido a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo, ainda permanecem alguns fatores de risco para o cenário inflacionário. Entre eles estão a maior persistência das pressões inflacionárias globais e a incerteza sobre o arcabouço fiscal, assim como os impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública.

Em reação a medida do BC, Rui afirmou que ela afeta diretamente a parcela mais pobre da população e classificou a decisão como “insensibilidade”. Ademais, revelou também que não era este o resultado que o governo esperava.

“Essa decisão não é o que o governo esperava. O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros. Não dá pra compreender essa decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75% , já que este percentual foi adotado quando a inflação chegou no patamar de 10%. Hoje a inflação já caiu a metade, que é 5%. Não tem razão que explique a motivação do Banco Central em adotar essa medida”, afirmou ele, em entrevista ao programa "A Voz do Brasil".

O titular da Casa Civil ressalta que a manutenção da taxa de juros alta compromete a qualidade de vida da população brasileira. 

“Com essa taxa de juros, empresários não conseguem investir e o país não gera empregos. A população perde muito e quanto mais pobre, maior o prejuízo. Esta insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender”.

O ministro ainda reforçou que o Brasil lidera o ranking de países com maior taxa de juros e afirmou desconhecer a motivação para que o Banco Central adote essa medida. “Não tem país no mundo que pratique juros tão altos como o Brasil. Não tem razão econômica que explique essa decisão”, concluiu.