A sessão desta terça-feira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) foi no estilo 'fast food', papa-léguas, rapidinha: durou 7 minutos e 18 segundos. Os trabalhos foram abertos pelo primeiro vice-presidente do Legislativo, o deputado estadual Zé Raimundo (PT), que aprovou, com igual agilidade, cinco atas de sessões anteriores. "Os deputados que concordam, fiquem como estão. Aprovado", disse, enquanto quase nenhum colega dava importância ao que era lido.
Líder da oposição, Alan Sanches (UB) foi o único a falar. Ele cobrou, mais uma vez, a volta das sessões presenciais – e não mais híbridas, como acontecem desde o surgimento da pandemia do coronavírus. No painel da Casa, 50 deputados estavam presentes. No plenário, porém, o número era infinitamente menor.
"Não existe mais motivo para que as sessões continuem híbridas. Deputados trabalhando de forma virtual e outros presencialmente. Não existe mais motivo sanitário, de saúde, nenhum. Hoje, mais uma vez, depois de mais uma solicitação para Mesa Diretora, reitero que nós precisamos trabalhar. Os deputados querem trabalhar presencialmente. Não é possível que essa Casa tenha que se render a forças ocultas, externas, que queiram manter sessão híbrida. Esse tipo de sessão só interessa ao governo", afirmou.
Alan lembrou ainda que, semana passada, todos os 63 colegas fizeram questão de ir ao plenário. Motivo? A votação que colocou Aline Peixoto, mulher do ex-governador Rui Costa (PT), no Tribunal de Contas dos Municípios. "Outro dia tínhamos 63 deputados para votar TCM, mas hoje, se vossa excelência olhar, quantos deputados tem? apelo a vossa excelência, não existe mais motivo. Isso é prejudicial à democracia. O nosso presidente vai acatar, como bom republicano", disse.
Após a explanação de Alan, Zé Raimundo disse acreditar no atendimento da vontade do colega e encerrou a sessão, que começara sete minutos e 18 segundos antes.