O ex-governador da Bahia, César Borges saiu em defesa da ex-presidente Dilma Roussef (PT) e analisou o processo que levou ao seu impeachment. Ministro dos Transportes e da Secretaria Nacional dos Portos durante o governo da petista, o baiano afirmou em entrevista ao MetroPod, na rádio Metrópole, que as acusações que recaiam à época sobre nomes do PT, não eram direcionadas à Dilma.
Com passagem também pela vice-presidência do Banco do Brasil, César Borges disse que as "pedaladas fiscais", argumento que justificou Dilma ter sido deposta, eram práticas comuns à época.
"[Dilma] foi injustiçada, foi um golpe parlamentar. Qual foi o ponto de apoio do impeachment? Primeiro, Eduardo Cunha na presidência [da Câmara] ter apresentado, coisa que nunca aconteceu antes. Segundo, a 'pauta bomba': só coisa contra o governo para derrubá-lo de alguma maneira. Terceiro, eles usaram o 'nariz de cera' que a presidenta fez as pedaladas [fiscais]. Isso nasceu dentro do TCU, com gente que eu conheço. Eu era do Banco do Brasil, as pedaladas sempre existiram, não é crime de responsabilidade", destacou.
Ligado ao grupo carlista no estado, o baiano citou fala polêmica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, na sua visão, poderia ser um motivo muito mais plausível para um processo de impeachment.
"Um impeachment é algo muito sério: o presidente foi eleito democraticamente e o impeachment pressupõe crime de responsabilidade. Por exemplo, chamar juiz do STF de canalha e falar em fechar o congresso – isso vai contra constituição e poderia ser razão", ironizou.