Política

Líder da oposição denuncia “negligência” do governo

Conforme o levantamento, a Bahia registrou uma média de 427 assassinatos por mês

Divulgação
Divulgação

O deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), classificou como “negligente” a postura do governo do Estado na área da segurança pública, o que fez a Bahia aparecer pela quarta vez seguida como líder nacional em número de mortes violentas. Foram 5.153 mortes em 2022, de acordo com dados do Monitor da Violência – realizado pelo portal G1 com a Universidade de São Paulo (USP) -, divulgados nesta quarta-feira (1º). 

Desde 2019, no início do segundo mandato do ex-governador Rui Costa (PT), a Bahia se consolidou como a unidade federativa mais violenta do País. 
 
“A sensação que a gente tem é que o governo do estado cruzou os braços no que diz respeito à segurança dos baianos. A violência está tão generalizada que o cidadão de bem agora fica trancafiado em casa porque a criminalidade tomou as ruas. Não há um dia sequer que não se ouça falar em troca de tiros e mortes nas comunidades de Salvador por causa da guerra de facções. A população está no fogo cruzado, mas infelizmente a gestão estadual foi negligente e parece ignorar o problema”, criticou o deputado Alan Sanches.  

Conforme o levantamento, a Bahia registrou uma média de 427 assassinatos por mês, entre ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, feminicídios e lesões corporais seguidas de morte. Os casos contabilizados no Estado representam 12,6% de todas as mortes violentas do Brasil em 2022, que foram 40.804. 

“Não é possível que a Bahia fique por tanto tempo nessa posição vergonhosa, nesse ambiente de guerra, sem que o governo reaja. Não tem outra resposta a não ser negligência”, acentuou o líder da oposição, ao pontuar que outros estados conseguiram diminuir índices de violência. Como foi o caso do Amapá, onde houve forte operação contra as facções criminosas e foi possível reverter a alta de 19% nos assassinatos em 2021 para a significativa redução de 28% em 2022. 

O Monitor da Violência também apontou que, ao analisar a quantidade de assassinatos por número de habitantes, a Bahia computou média de 34,4 mortes violentas a cada grupo de 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de Pernambuco que teve 35,3 mortes nesse mesmo recorte numérico. 

“O novo governo precisa urgentemente virar esse jogo, não pode continuar tapando o sol com a peneira. A situação da segurança pública na Bahia é grave e acaba comprometendo todas as outras áreas da vida das pessoas”, cobrou Alan Sanches.