Advogados ligados ao PT prometem contestar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff protocolado pelaOAB na tarde desta segunda-feira (29) na Câmara dos Deputados. O trecho que mais incomoda os advogados diz respeito à citação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Os advogados afirmam que as acusações feitas por Delcídio ao vice-presidente da República, Michel Temer, e ao presidente do PSDB, Aécio Neves, na delação premiada, foram ignoradas pela OAB. Os advogados partem da premissa de que a OAB deveria, a exemplo do que fez com Dilma, ter pedido o impeachment de Temer e a cassação do mandato do senador Aécio Neves.
Na delação, Delcídio mencionou que Temer apadrinhou a indicação de João Augusto Henriques para a Petrobras e interferiu na nomeação de Jorge Zelada para a diretoria internacional da estatal. Já em relação a Aécio, Delcídio disse que o tucano se envolveu num esquema de corrupção em Furnas. Tanto Temer quanto Aécio rechaçaram as declarações de Delcídio. Temer disse que as indicações para os cargos na Petrobras não partiram dele – e sim da bancada mineira do partido. Já Aécio afirmou que as acusações de Delcídio são falsas. “A lista de Furnas já teve seu autor condenado, por mais de sete anos, cumpriu pena em Minas, ainda é investigado e processado por inúmeros crimes e essa lista de Furnas não é uma lista. Mas várias listas de Furnas para todos os gostos…”.
Atualização: Após a publicação da notícia, o presidente da OAB, Cláudio Lamachia, afirmou que a decisão sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi alcançada por meio de seu Conselho, com respaldo de 26 seccionais. "A OAB não é do governo nem da oposição. Aqui não existe espaço para política partidária ou ideologia". Lamachia afirmou, ainda, que o Brasil passa por uma crise ética e moral sem precedentes e espera que os fatos denunciados sejam apurados com rigor".
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