Os desdobramentos do fim do sigilo imposto sobre os gastos do cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seguem acontecendo. Notas fiscais encontradas pelo UOL mostram que pelo menos R$ 697 mil foram gastos entre agosto e novembro, com viagens relacionadas à sua campanha de reeleição.
Nem todas as notas foram tornadas públicas, o que significa que este gasto pode ser ainda maior. O PL, partido pelo qual Bolsonaro se candidatou, não respondeu sobre os gastos encontrados registrados nas notas.
Em sua primeira agenda na Bahia, em Vitória da Conquista, Bolsonaro participou de uma motociata junto ao então candidato ao governo da Bahia, João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania. Só com lanches, foram desembolsados R$ 50 mil em 1.024 unidades, 512 barras de cereal e outros itens.
Cerca de 50 pessoas ficaram hospedadas na cidade baiana gerando um custo de R$ 63 mil com a estadia.
Os gastos do cartão corporativo incluem ainda abastecimento de combustível e investimento em um cercadinho para um ato em Teófilo Otoni, Minas Gerais.
Especialistas apontam que a prática pode ser enquadrada como abuso de poder político e implicando em possível improbidade administrativa.