Eleito como um representante bolsonarista na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Diego Castro (PL) lamentou a possível descaracterização do partido com a entrada de novos quadros.
O entrave surgiu com a articulação que pode levar Carlos Muniz (PTB), atual presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS), e outros vereadores, a se filiarem à legenda.
Castro reforçou que mesmo com as possíveis adesões, torce para que o PL mantenha seu posicionamento ideológico incluído recentemente no programa partidário, e não se distancie dos valores agregados desde o movimento que filiou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Espero que o partido e todos aqueles que entrem, mantenham o nosso alinhamento ideológico. Recentemente o partido passou por uma reforma, o estatuto foi modificado e leva o partido para uma linha mais conservadora", afirmou em conversa com o Portal Salvador FM nesta sexta-feira (3), na abertura dos trabalhos legislativos na AL-BA.
"O PL tem um histórico mais liberal de direito, mas foi a casa dos conservadores nesta eleição. Foi quem abriu espaço para Bolsonaro e eu acho que essa coerência tem que ser mantida", complementou.
Nesta quinta-feira (2), após a sessão que marcou a posse e início dos trabalhos na CMS, Carlos Muniz revelou que as conversas para se filiar ao PL estão avançadas. Existem outras siglas que estão sendo avaliadas por ele, como Podemos e Patriotas, mas o partido que tem como principal liderança no estado o ex-ministro João Roma, deve ser o seu provável destino.
Muniz, entretanto, esclareceu que não pretende se vincular ao bolsonarismo somente pela filiação ao PL, e que só vai se filiar à legenda que possa ter uma atuação independente: inclusive decidindo sobre o apoio a Jerônimo Rodrigues (PT) ou Bruno Reis (União) em um futuro processo eleitoral.
Deputado estreante na AL-BA, Diego Castro alerta para o risco de "desvirtuamento" dos princípios defendidos pelos correligionários do PL.
"Acho que a coerência precisa ser mantida. Um dos responsáveis por qualquer fracasso político é o desvirtuamento, a perda da identidade partidária. Lamento se quadros que entrem no partido com essa posição, mas respeito a opinião de cada um e todos são responsáveis por seus atos", contemporizou.