Bahia

Presente na 42ª Noite de Beleza Negra do Ilê Ayê, governador destaca protagonismo feminino

Dalila Santos de Oliveira, de apenas 20 anos, venceu o concurso e será a representante este ano como Deusa do Ébano no Carnaval

Mateus Pereira/GOVBA
Mateus Pereira/GOVBA

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) participou neste sábado (28) da 42ª Noite de Beleza Negra do Ilê Ayê, na Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador, que elegeu a Deusa do Ébano para o bloco no Carnaval de 2023.

Em seu primeiro mandato, Jerônimo reforçou que o evento se constitui em uma celebração não só do bloco de valorização da cultura afro, mas também de protagonismo da mulher preta. Dalila Santos de Oliveira, de apenas 20 anos, venceu o concurso e será a representante este ano.

“A Beleza Negra, além de uma festa cultural bonita do Ilê Aiyê, tem como destaque, a preocupação com a mulher. O papel da mulher em um cenário, em um lugar estratégico”, declarou Jerônimo. O governador reforçou a emoção de comparecer a esta noite festiva: “Não poderia deixar de participar desta celebração como uma forma de agradecimento e reconhecimento, mas revelando o meu compromisso com a cultura negra do estado da Bahia”. 

O centenário de Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual do Ilê Aiyê, e uma das fundadoras do bloco foi celebrado com leitura de texto do ator Sulivã Bispo, com a representação do orixá Omolu, dono de significado profundo relacionado à vida e à morte. Já o herói angolano, Agostinho Neto, tema do bloco neste ano, foi representado pelo ator Diogo Lopes Filho. Outro homenagem realizada durante a noite foi à memória de Sérgio Roberto dos Santos, idealizador da Noite da Beleza Negra, que faleceu no último dia 22 de janeiro. 

Também presente na celebração, o secretário de Cultura do estado, Bruno Monteiro acrescentou que a solenidade é um marco na história da cultura baiana. 

“Toda essa manifestação, é tão forte, tão tradicional, e até o surgimento dessa manifestação, as mulheres negras não tinham esse protagonismo. Então, é um evento muito importante por toda história que representa”. Ele lembrou o investimento do governo baiano na cultura negra: “A gente está aqui também celebrando a divulgação do edital Ouro Negro, que contou com um investimento recorde nos blocos afro, blocos de indígenas, em toda a cultura raiz, a cultura popular”, afirmou.

TRADIÇÃO

De acordo com a secretária de Promoção da Igualdade Racial,  Angela Guimarães, a celebração realizada pelo pelo bloco afro enaltece a conquista de todo um povo. “Uma noite de uma festa, a primeira no Brasil que exalta a representatividade, a beleza, que valoriza a autoestima das mulheres negras. Celebrar 42 anos, a longevidade dessa festa é dizer que o Ilê Aiyê sempre foi pioneiro, sempre apontou rumo, sempre abriu caminho, porque hoje a gente tem uma efervescência desse debate antiracista na agenda nacional e isso se deve a quem veio primeiro”, enfatizou. 

O tema desta edição foi “Iroko é Liberdade – Um espetáculo para festejar o tempo”, e reverenciou a música e a cultura negra do Brasil. Para a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia, Fabya Reis, essa celebração representa “todo o fortalecimento da nossa cultura negra, da força das mulheres negras. Fazendo essa tradição com a ancestralidade, com a comunidade da Liberdade, e do bairro do Curuzu. Uma mensagem de liberdade, de igualdade, democracia e de toda a potência das mulheres negras”.