A divulgação de novas imagens de vândalos e golpistas destruindo o patrimônio público na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e depredando o interior da sede do Supremo Tribunal Federal (STF) motivou o interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, a adiar a apresentação de seu relatório sobre o ataque aos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), ocorrido em 8 de janeiro.
Cappelli entregaria o documento ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ainda hoje (26), mas no início da manhã, sua equipe informou que o interventor pediu uma análise cuidadosa das cenas registradas pelas câmeras do circuito interno de segurança do STF e por drones. O objetivo é verificar se os vídeos tornados públicos esta semana contêm detalhes importantes para a investigação que ainda não constem do relatório. Com isso, a apresentação do relatório foi adiada para amanhã (27).
Nas imagens divulgadas ontem (25), é possível ver os policiais militares recuando ao serem atacados por extremistas que lançavam pedras, paus e outros objetos contra os agentes. Com o recuo dos poucos policiais mobilizados, a multidão avançou em direção ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao prédio do STF, onde destruiu parte das instalações, documentos e peças de grande valor histórico e artístico. O primeiro andar do STF foi totalmente destruído (veja o vídeo) de como ficou o STF após a ação dos vândalos.
Em mais de uma ocasião, Cappeli apontou que “faltou comando” aos policiais militares que estavam de serviço no último dia 8, o que os impediu de conter as ações de vandalismo e as "posturas terroristas".
“O que houve [naquele] domingo (8) foi falta de comando e de liderança”, disse o interventor no último dia 11, citando nominalmente o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Hoje, o interventor usou sua conta pessoal no Twitter para voltar a criticar os ex-responsáveis pela segurança pública do Distrito Federal. "As imagens das câmeras do STF divulgadas pelo Jornal Nacional são graves. Confirmam a ausência de planejamento e uma execução, no mínimo, absolutamente fora dos padrões. Tudo será apurado. A lei será cumprida."