Centro das principais discussões sobre o avanço na segurança pública, a instalação de câmeras corporais nas fardas de policiais militares ainda é um tema que gera controvérsia e resistência da própria categoria.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, justificou nesta terça-feira (24) a adoção dos equipamentos pela força policial como uma forma de proteger os próprios servidores.
Apesar de reconhecer que muitos policiais temem que a sua atuação seja limitada ou que exista algum tipo de constrangimento, Freitas reforça que as câmeras serão utilizadas para garantir que o trabalho seja feito dentro das quatro linhas da Constituição.
"No fundo, a câmera é algo bom para o policial também, o que age com correção, que é vítima de uma agressão injusta e pode utilizar as imagens para se proteger. Não limita o trabalho da polícia, uma garantia que o seu trabalho irá se dar dentro dos limites da lei", ponderou Freitas em entrevista ao programa Fora do Plenário, na noite desta segunda-feira (23), da rádio Salvador FM.
A utilização das câmeras tem sido consideradas bem sucedidas, com redução no estado de São Paulo significativa das mortes provocadas por policiais, e também dos próprios agentes.
Os índices de violência na Bahia são alguns dos piores do país, com alta taxa de mortalidade nas operações e também com números alarmantes de violência contra os policiais.
Freitas acrescenta ainda que esta é uma das medidas a serem adotadas, e que compreende a resistência de parte dos profissionais, mas que acima de tudo é preciso qualificar o trabalho dos policiais e melhorar as suas condições, fornecendo material adequado e prestando toda a assistência necessária.
"É uma preocupação, mas queremos efetividade […] O centro da nossa preocupação é a qualidade do serviço", resumiu.