Política

Cartão da presidência é usado em posto na Bahia com Bolsonaro em Brasília

Dados disponibilizados pela Secretaria da Presidência mostram outros gastos controversos do governo

Arquivo/Agência Brasil
Arquivo/Agência Brasil

Os dados obtidos sobre os gastos do cartão corporativo durante os quatro anos do governo Bolsonaro tem chamado atenção. Notas fiscais reveladas pelo site Fiquem Sabendo mostram que o cartão foi usado para abastecer 145 litros de óleo diesel em um posto na Bahia, enquanto o presidente estava em Brasília.

O abastecimento foi feito no 28 de maio de 2021, uma quinta-feira, às 13h47. Neste dia, Bolsonaro estava na capital federal e no fim da tarde transmitiu a tradicional live aos apoiadores. Com desconto, o valor abastecido foi de R$ 648,15, no Posto Noventa, da cidade localizada no extremo-oeste baiano.

No dia anterior, Bolsonaro visitou pela primeira vez a região da Amazônia, sob protesto de indígenas yanomamis que pediam o fim do garimpo ilegal na região.

Neste fim de semana, imagens chocantes de yanomamis sofrendo de desnutrição foram publicadas na imprensa e redes sociais, após visita do presidente Lula (PT), que prometeu agir diante da crise sanitária.

Os dados disponibilizados pela Secretaria da Presidência via Lei de Acesso à Imprensa mostram outros gastos controversos do governo Bolsonaro. Somente em uma padaria foram gastos R$ 362 mil. Bolsonaro também desembolsou R$ 8,6 mil em sorvetes e R$ 10,5 milhões em hotéis.

O cartão corporativo é fornecido apenas a alguns servidores públicos de cada órgão, pelos ordenadores de despesa (gestores responsáveis por administrar o gasto naquele órgão ou departamento). A concessão do cartão só é realizada a partir de apresentação de justificativas para o seu uso.

Um dos militares presos com 39kg de cocaína transportados no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) teve acesso ao cartão, por exemplo, em 2019. À época, 32 servidores do governo utilizavam o cartão corporativo da presidência.