Aloízio Mercadante fez uma proposta ao senador Delcídio do Amaral para que ele não fechasse acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Segundo a revista Veja, o ministro da Educação ofereceu dinheiro e prometeu que o ajudaria a sair da prisão, além de escapar do processo de cassação de mandato. Em troca, o governo pediu que o parlamentar não "desestabilize tudo" com a sua delação. ,
Quando a proposta foi feita, Delcídio ainda estava preso acusado de atrapalhar as investigações conduzidas pela Operação Lava Jato. Mercadante se reuniu duas vezes com um assessor de confiança do senador, José Eduardo Marzagão, no gabinete do ministro. O primeiro encontro entre os dois aconteceu no dia 1º de dezembro, uma semana depois da prisão de Delcídio. O segundo, foi no dia 9 de dezembro, um dia depois de Delcídio contratar um advogado especializado em delação premiada. Nas duas vezes, Marzagão gravou a conversa e Delcídio entregou o áudio à Procuradoria-Geral da República (PGR) durante o depoimento que prestou ao órgão.
Em um momento do diálogo, o assessor afirmou que a família de Delcídio passava por dificuldades financeiras e Marcadante ofereceu ajuda financeira. "Bom, isso aí também a gente pode ver no que é que a gente pode ajudar, na coisa de advogado, essa coisa. Não sei. Pô, Marzagão, você tem que dizer no que é que eu possa ajudar. Eu só to aqui pra ajudar. Veja o que eu posso ajudar", disse o ministro, segundo a Veja. A delação premiada de Delcídio foi homologada nesta terça-feira (15) pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
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