Política

Câmeras, blindados e respeito ao 'povo preto' marcam fala de Jerônimo sobre segurança

Novo governador da Bahia defende integração de secretarias para que a 'ação policial respeite o povo preto'

Vagner Souza /Salvador FM
Vagner Souza /Salvador FM

Em sua primeira conversa aberta com a imprensa como governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT) foi confrontado sobre a segurança pública no estado, dos maiores desafios da sua gestão, e respondeu o que pretende fazer nos próximos meses. 

A aguardada instalação de câmeras corporais nos policiais, viaturas blindadas e ações coordenadas com outras secretarias para garantir o "respeito ao povo preto", marcaram a sua fala.

Por enquanto, Jerônimo manteve os comandantes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. Ele pretende mudar, mas quer fazer de forma "combinada" sem desrespeitar os atuais comandantes. Para o cargo de secretário da Segurança Pública (SSP) foi escolhido Marcelo Werner, ex-chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência Regional da PF na Bahia.

O governador avisou que ainda vai adequar mudanças quando for anunciado o programa federal pelo presidente Lula, mas prometeu que não renunciará a um investimento robusto na infraestrutura das polícias, para não faltar materiais e condições necessárias para atuação policial.

"Nós não anunciamos o nome oficial dos comandos da PM, Civil e Bombeiros, mas pretendo fazer isso de forma combinada, respeitando os comandos. Aquilo que está no nosso programa de governo, vamos seguir. Vamos aguardar Lula anunciar ações estratégicas, tem coisas que não estão no programa que podem vir, mas posso garantir que toda a parte de infraestrutura que nós combinamos, terá", explicou Jerônimo, citando a compra de viaturas blindadas.

Ele confirmou que a compra das câmeras corporais, que reduziu em mais de 70% as mortes policiais em São Paulo, está mantida, mas que depende do rito a ser cumprido pelo processo de licitação.

Segundo Jerônimo, toda a atuação policial será norteada também em parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, e da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial (Sepromi), para tentar reduzir aquela que se tornou uma das piores marcas da Bahia nas últimas décadas: a violência contra a população preta.

"Teremos ações policiais, mas também respeito aos direitos humanos, justiça social, queremos uma cultura de paz. Não só a Secrtaria de Justiça, mas também a Sepromi, para que a ação policial respeite o nosso povo preto", destacou o petista, lembrando ainda a Secretaria de Políticas para as Mulheres, que será englobada na discussão acerca da violência no estado.