Política

Bolsonaro chora em pronunciamento e condena atos terroristas de apoiadores

Presidente comentou a prisão dos seus apoiadores suspeitos de planejarem um atentado terrorista instalando artefatos explosivos

Carolina Antunes/ PR
Carolina Antunes/ PR

Sumido das redes sociais e de cerimônias públicas desde que foi derrotado na eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou o seu penúltimo dia no cargo para fazer um pronunciamento ao vivo em suas redes sociais.

Pela primeira vez, Bolsonaro comentou a prisão dos seus apoiadores suspeitos de planejarem um atentado terrorista instalando artefatos explosivos em um caminhão de combustível na véspera do Natal, em Brasília.

Ele condenou a postura, mas também se queixou dos que atribuem posturas criminosas sempre aos "bolsonaristas".

“Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão […] Hoje em dia se uma pessoa aí comete um deslize, crime ou fazer algo reprovável pela sociedade, ou que não está de acordo com as leis, é bolsonarista", criticou.

Em depoimento à Polícia Federal, George Washington de Oliveira contou que foi para Brasília após o segundo turno das eleições portando armamentos para se juntar ao grupo acampado em frente ao Quartel General (QG) do Exército em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele disse que as declarações de Bolsonaro em prol do armamento, além da política de flexibilização do acesso às armas e munições, o incentivaram a investir em armamentos.

“O que me motivou foram as palavras do presidente Bolsonaro que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘um povo armado jamais será escravizado‘", contou. Desde 2021, quando conseguiu a licença de CAC, já desembolsou R$ 160 mil.

Em fala direcionada aos seus apoiadores, Bolsonaro pediu cautela e compreensão para não tomarem atitudes extremas.

“Não vamos achar que o mundo vai acabar no dia 1º. Não tem ‘tudo ou nada. “[Vamos] mostrar que somos diferentes do outro lado”, completou.

Com a voz embargada e nitidamente emocionado, Bolsonaro chora no fim do discurso ao desejar um "bom 2023".

"Deus abençoe nosso Brasil. Vamos em frente", finalizou.