A Fundação Palmares terá um novo comando a partir de janeiro de 2023. Presidente do Olodum, importante bloco afro de Salvador, João Jorge foi escolhido para o cargo pela futura ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes.
Mestre em direito público, João Jorge é produtor cultural e um dos fundadores originais do grupo baiano, que nasceu em 1979 e desfilou a primeira vez em 1980. Filiado ao PSB, ele foi membro da direção por muitos anos antes de chegar a presidência.
"Anuncio o João Jorge, presidente do bloco Olodum, para a presidência da Fundação Palmares. Ele vai resgatar a fundação que foi depredada fisicamente e internamente no último governo”, disse a ministra baiana.
O órgão foi presidido nos últimos anos por Sérgio Camargo, que deixou o cargo em março após uma série de polêmicas e controvérsias. Apesar de estar a frente de uma entidade voltada à promoção da cultura afro-brasileira, ele acumulava declarações que afrontavam movimentos raciais, como quando disse que a escravidão foi "benéfica" para os negros africanos.
Ele também mostrou intolerância religiosa ao atacar religiões de matriz africana usando pejorativamente o termo "macumbeiros".
Jorge comemorou a indicação em entrevista ao G1 e reivindicou a sua religiosidade.
"Essa escolha é de uma sintonia muito grande. Sou filho de Xangô com Oxóssi e Ogum. Então, um filho de Xangô volta a Palmares, e volta para ajudar o Brasil a conduzir as políticas do nosso povo", disse.
