Política

Presidente do Olodum, João Jorge é cotado para assumir a Fundação Palmares no governo Lula

O apoio de setores do movimento negro veio do fato de que o nome de João Jorge não é ligado diretamente aos quadros políticos do partido, tendo ele uma trajetória mais orgânica de movimento negro, desde a década de 70. Além disso, há a avaliação de que com o capital social que o gestor traz do Olodum, a Fundação Palmares poderia ter  um protagonismo maior no campo da cultura nacional, inclusive investindo mais na sua internacionalização.

Divulgação
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O advogado e presidente do bloco afro Olodum, João Jorge Rodrigues, está cotado para assumir a Fundação Cultural Palmares (FCP) em Brasília. O nome do militante negro, que é filiado ao PSB, já circula nos ambientes políticos baianos e de Brasília e tem ganhado as redes sociais ligadas aos movimentos sociais com as declarações de apoios diversos.

Antônio Godi, antropólogo especializado, em cultura negra, é um dos entusiastas do militante baiano. “A Fundação Palmares merece mais um baiano quilombola das veredas contemporâneas”, afirmou.

O apoio de setores do movimento negro veio do fato de que o nome de João Jorge não é ligado diretamente aos quadros políticos do partido, tendo ele uma trajetória mais orgânica de movimento negro, desde a década de 70. Além disso, há a avaliação de que com o capital social que o gestor traz do Olodum, a Fundação Palmares poderia ter  um protagonismo maior no campo da cultura nacional, inclusive investindo mais na sua internacionalização.

Apesar de ser nome forte na disputa, o gestor enfrenta nomes de influência dentro do Partido dos Trabalhadores, como Hilton Cobra, o Cobrinha, o ex-secretário Adjunto da SEPPIR, Martvs Chagas, e a Secretária Nacional de Combate ao Racismo do PT, Cida Abreu.

Advogado e mestre em Direito Público pela UnB (Universidade de Brasília), João Jorge é também autor do livro Olodum Estrada da paixão, de 1996, e organizador da publicação que reúne as letras das músicas do Olodum de 1984 a 2018.

Ele também é responsável por diversos temas para o desfile do bloco no carnaval, entre sagas de civilizações antigas africanas a problemas sociais contemporâneos.

Vale lembrar que a fundação é ligada ao Ministério da Cultura, que será comandado a partir do próximo ano pela cantora Margareth Menezes.