Política

Michelle Bolsonaro pode ser investigada por suposto envolvimento em atos golpistas

Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues protocolou petição no STF cobrando a investigação da primeira-dama

Isac Nóbrega/PR
Isac Nóbrega/PR

A primeira-dama Michelle Bolsonaro pode ser incluída no rol de investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura os financiadores e organizadores dos atos antidemocráticos e golpistas espalhados pelo país, que pedem intervenção militar.

O senador reeleito e líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede), entrou com uma petição no Supremo cobrando a investigação da primeira-dama a partir de relatos feitos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais.

Randolfe reforça que o país vive uma "escalada" violenta e que vai de encontro aos preceitos democráticos. Ele elenca matérias jornalísticas que narram os protestos que bloqueiam rodovias e pedem intervenção militar na frente de quartéis do Exército, que culminou em veículos incendiados e tentativa de invasão à sede da Polícia Federal na noite desta segunda-feira (12).

O ato violento teria sido motivado pelo pedido de prisão temporária expedido pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, da liderança bolsonarista e indígena José Acácio Tserere Xavante.

"Ateou-se fogo a ônibus, foram arremessados objetos contra agentes públicos e contra bens públicos, foram destruídos bens particulares. Enfim: o caos foi instaurado ontem no centro da Capital Federal", diz a petição.

Brasília amanheceu nesta terça-feira (13) com frota de ônibus reduzida em razão dos atos violentos na noite de ontem.

"[…] além da depredação de bens públicos e particulares,os bolsonaristas conseguiram prejudicar a vida de uma imensidão de pessoas na data de hoje, que se veem cerceadas na sua mais intrínseca liberdade de locomoção, essencial para o exercício de suas atividades profissionais ou educacionais", relata outro trecho.

O senador, um dos coordenadores da campanha de Lula (PT), anexou os posts feitos nas redes sociais de bolsonaristas que relatam que Michelle Bolsonaro teria enviado alimentos para ajudar os manifestantes acampados.

Randolfe pede que os atos do dia 12 de dezembro seja devidamente investigado e que os responsáveis pela mobilização sejam punidos de forma "exemplar", inclusive com a apuração de possíveis crimes de terrorismo. 

No pedido, inclui a requisição para que Michelle seja investigada, ressaltando ainda que o seu eventual apoio tem importante caráter "simbólico".

" […] requer-se que seja apurada a conduta da Primeira-Dama, Michelle Bolsonaro, com seu eventual indiciamento para que seja investigada sua postura como, potencialmente, uma das financiadoras dos atos, por supostamente atuar no fornecimento de alimentação aos bolsonaristas – o que, naturalmente, possui muito mais uma conotação simbólica de apoio político aos atos antidemocráticos do que propriamente um suporte material ao seu estabelecimento", destaca o documento.

Ele reforça à Procuradoria-Geral da República que acompanhe a "desocupação" das vias no entorno do Palácio da Alvorada e que sejam bloqueadas as ruas de que dão acesso à região.