O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) alfinetou o deputado federal Elmar Nascimento (União), que despontou nas últimas semanas como um possível nome a ocupar um ministério no governo Lula (PT), mesmo liderando a oposição ao PT na Bahia.
Segundo o emedebista, quem saiu derrotado do pleito, como o caso de Elmar que viu o aliado ACM Neto (União) perder a disputa pelo Governo da Bahia com Jerônimo Rodrigues, deveria se manter na "oposição".
"Acho que quem perdeu a eleição deve ficar na oposição. E nada contra a figura pessoal do deputado. Mas o partido (União Brasil) fez oposição ideológica ao projeto vitorioso. Claro que isso não implica que não se faça articulação, que não se chame partido para entrar na governabilidade, que não se abra espaço, mas não num momento como esse. Quero ver qual é o partido que vai se colocar contra o aumento do salário mínimo ou do auxílio de R$600. Não podemos repetir erros do passado", declarou Geddel em entrevista ao site Toda Bahia.
Atacado desde que retornou ao cenário político por ser condenado no escândalo das malas de dinheiro encontradas em um apartamento que funcionava como 'bunker' em Salvador, Geddel diz que dosou bem o peso das suas aparições públicas, mas garante que pretende contribuir com o MDB como um "militante". O ex-ministro respondeu sobre sua eventual função no governo petista.
"Veja bem, no processo eleitoral eu fui discreto quando achei que deveria ser discreto. E fui mais ostensivo quando achei que deveria ser mais ostensivo. Mas, como sempre aconteceu ao longo de minha vida, atuando com destemor, com tranquilidade, enfrentando de frente os problemas. Qual papel pretendo ter agora? O papel de uma liderança partidária, de um militante partidário, opinando, me posicionando quando procurado dentro do partido e também quando for procurado, e se for procurado – a critério dele –, pelo governador eleito", destacou.
Geddel ainda disse que não vai comentar a formação do secretariado de Jerônimo e atribuiu ao governador eleito a responsabilidade pelas indicações, evitando adotar um discurso que possa funcionar como uma pressão em favor dos interesses da sigla.
Ele também garante que não tem nenhuma intenção de voltar a exercer um cargo público, apesar de rejeitar qualquer tipo de constrangimento.
"Nem pensar, nem pensar. É o que eu digo: já exerci todas as funções que a generosidade de Deus permitiu Agora é seguir outro rumo, outra estrada, sem me desvencilhar daquilo que gosto, que é de contribuir de alguma forma quando for procurado para dar minha opinião política. Vou continuar lutando o bom combate, as pessoas me conhecem. Na minha história não tem a palavra intimidação", salienta o emedebista, que foi presidente da Caixa Econômica no governo Dilma Roussef (PT).