Um grupo de bolsonaristas ateou fogo em carros e ônibus na noite desta segunda-feira (12), em Brasília, no Distrito Federal, e tentou invadir a sede da Polícia Federal.
O estopim para o ato terrorista foi a prisão do líder indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) que costuma marcar presença nas manifestações, pedindo intervenção militar.
O pedido de prisão temporária pelo prazo de 10 dias foi feito pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, com a justificativa de ameaças de agressão e perseguição ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em vídeo divulgado nas redes sociais, uma mulher denuncia uma suposta ação truculenta dos agentes da PF contra o indígena.
"Ele foi levado brutalmente pela PF, na frente dos meus filhos. Peço ajuda de advogados para tirá-lo da cadeia", afirmou a testemunha.
Tsrere foi identificado como uma das lideranças dos protestos antidemocráticos que acontecem em diferentes regiões do país. Parte dos bolsonaristas mais radicais não se conforma com a derrota do presidente Bolsonaro nas urnas.
Desde o dia 30 de outubro, rodovias são bloqueadas e grupos se instalam na frente de quartéis do Exército, onde pedem um novo golpe militar, liderado por Bolsonaro.
Os atos foram organizados pelas redes sociais. Na região onde fica a delegacia da PF, existem shoppings, hotéis e diversos estabelecimentos comerciais. Vários ônibus e carros foram alvos de vandalismo e chegaram a ser incendiados pelos apoiadores de Bolsonaro.
Momento em que Bolsonaristas incendeiam carros em Brasília em protesto contra a prisão o cacique Tserere Xavante, detido temporariamente em decorrência da propagação de notícias falsas#Urgente #Brasília #Golpistas #PF pic.twitter.com/vVOEMMXdH5
— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) December 13, 2022
A Polícia Federal e PM's agiram e utilizaram bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os extremistas, que arremessavam pedras contra os agentes públicos.
Durante o confronto, um shopping foi fechado com os clientes ainda no local. A segurança do hotel onde o presidente eleito Lula (PT) está hospedado, próximo à sede da PF, precisou ser reforçada. O petista foi diplomado durante a tarde em cerimônia conduzida por Moraes na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Anunciado como ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino (PSB) condenou o que chamou de atos de "violência política" e disse que aqueles insatisfeitos com decisões na esfera judicial devem procurar os meios cabíveis.
Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política.
— Flávio Dino (@FlavioDino) December 12, 2022