Candomblecistas convocaram um ato interreligioso “por uma cultura de paz e respeito” na manhã desta quinta-feira (8) no local onde ficava a escultura de Mãe Stella de Oxóssi, na avenida de mesmo nome, em Salvador. A estátua pegou fogo na madrugada do último domingo (4).
A prefeitura de Salvador, responsável pelo equipamento, afirma que a imagem foi vandalizada. No entanto, a Polícia Civil afirma que não é possível afirmar ainda se o incêndio foi criminoso. Um laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) deve ficar pronto em 30 dias, para identificar a causa do fogo.
Ainda segundo a Polícia, o caso foi tipificado como “ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo”. A delegacia de Itapuã, que investiga o caso, busca testemunhas para ajudar a identificar o que aconteceu no local e quem pode ter causado o incêndio.
Retirada e nova escultura
A escultura já foi retirada do local e uma réplica deve ser colocada no local. A informação foi divulgada pela prefeitura nesta terça-feira (6), após uma reunião com os filhos do artista Tatti Moreno, que foi responsável pela primeira versão.
De acordo com a prefeitura, que foi representada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), ainda existe o molde da escultura original e ele deve ser usado para refazer a peça. Quem deve assumir o trabalho são os filhos de Tatti Moreno, já que o artista morreu em julho deste ano. Também não foram definidas datas para a inauguração da réplica.
Segundo a prefeitura, a proposta será apresentada à FGM ainda este mês, pelos artistas André e Gustavo Moreno, que são sócios em ateliê e acompanhavam todos os trabalhos do pai. Após apresentação do projeto, a Fundação dará seguimento com os trâmites burocráticos, bem como definição de orçamento e prazo para que o Conjunto Escultórico Mãe Stella de Oxóssi volte a ficar completo.
A estátua original de Mãe Stella, que era composta por resina de poliéster e fibra de vidro, foi removida do local na segunda-feira (5). Já a estátua de Oxóssi sofreu menos danos no incêndio e permanece no local.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM). O órgão, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), também solicitou à Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal) a retirada do monumento após perícia, conforme citado pelo prefeito.