Líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Sâmia Bonfim (SP) revelou que o partido já formou maioria a favor da decisão de não compor o governo Lula (PT) a partir de 2023.
O partido tem reunião marcada para o próximo dia 17 com o diretório nacional, quando o martelo deve ser batido. A deputada federal garante, no entanto, que a maior parte dos correligionários tem a sua posição.
"A gente quer ter liberdade para se posicionar como o PSOL sempre se posicionou, como a ala à esquerda no Congresso Nacional, e vocalizar pautas que a gente sabe que ningué vai pautar", analisa Sâmia em entrevista à Folha de S. Paulo.
Segundo a deputada, questões que aflingem setores mais conservadores da sociedade não vão encontrar espaço caso o PSOL não mantenha a sua posição de independência.
"Temas relativos a direitos humanos, por exemplo, é muito comum que não sejam pautados em função de acordos feitos com fundamentalistas, com setores mais conservadores. A gente quer manter a independência para seguir pautando. Essa é a nossa vocação no Parlamento", complementa.
Apesar de ressalta que a concepção é a mesma da 'maioria' do partido, Sâmia encontra resistência da corrente Revolução Solidária, que tem como membros Juliano Medeiros e o deputado federal Guilherme Boulos (SP).
A deputada faz parte do bloco Movimento Esquerda Socialista (MES), que defendeu a candidatura própria do partido à presidência com o nome de Gláuber Braga e tem como membros também Luciana Genro.
A decisão final da sigla foi de não lançar candidato e apoiar o nome de Lula já no primeiro turno. O partido também faz parte do governo de transição.