O presidente eleito Lula (PT) quer reabrir embaixadas do Brasil em outros países, que foram fechadas nos últimos quatro anos de governo Bolsonaro, e avalia ainda criar novos postos diplomáticos onde ainda não há presença brasileira.
A informação foi confirmada pelo ex-chanceler e ex-ministro da Defesa, Celso Amorim, cotado para exercer o cargo de comando da política externa de Lula mais uma vez. Ele integra o grupo de transição no Itamaraty.
Somente em 2020, segundo o UOL, Bolsonaro fechou duas embaixadas na África criadas no governo anterior de Lula, nas cidades de Freetown (Serra Leoa) e Monróvia (Libéria), que foram movidas para a embaixada do Brasil em Gana.
Além de devolver as embaixadas aos países de origem, a ideia do governo é expandir instalando outras em Ruana e Gâmbia, por exemplo.
No Caribe, as embaixadas localizadas nas cidades de Saint George's (Granada), Roseau (Dominica), Basseterre (São Cristóvão e Névis), Kingstown (São Vicente e Granadinas) e Saint John (Antígua e Barbuda) deixaram de existir em 2020 e foram todas unificadas na sede em Bridgetown (Barbados).
Bolsonaro não só ordenou o fechamento de embaixadas que considerava "ociosa", como em seu governo, sobretudo enquanto Ernesto Araújo era o chanceler, o Brasil ignorou demais relações multilaterais e investiu na aproximação com países governados por políticos de extrema-direita.
A relação bilateral e de subserviência com os Estados Unidos de Donald Trump, à época, foi uma das prioridades da política externa brasileira.
Amorim lembrou que, ainda nos primeiro quatro meses do governo Lula, o chanceler visitou cinco países africanos. Em oito anos, o então presidente fez 30 viagens para a África, enquanto o então ministro realizou 67 missões para o continente.
"O Brasil é parte da Africa. Não há como separar", pondera.