Para garantir a segurança da população, a Defesa Civil de Salvador (Codesal), por meio do Projeto Casarões, vem promovendo vistorias periódicas, identificando o risco nos diversos imóveis, localizados no Centro Histórico e entorno e encaminhando o relatório aos órgãos responsáveis pela manutenção do patrimônio cultural. A iniciativa busca encontrar a melhor alternativa de preservação destes imóveis, já que muitos proprietários não têm recursos para custear as intervenções necessárias.
Desde a implantação do projeto, já foram vistoriados e georreferenciados 2.288 casarões, dos quais 109 encontram-se em risco muito alto; 281, alto; 1.283, médio; 485, baixo e 120, sem risco. Segundo a Codesal, os proprietários e moradores são notificados e orientados a deixar os imóveis, quando ocupados, e a realizar a recuperação das edificações. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) também são informados sobre as condições dos imóveis localizados nas poligonais de tombamento.
De acordo com o diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macedo, o Projeto Casarões atua de forma preventiva, por meio de vistorias periódicas, além de colaborar para a preservar o patrimônio histórico-cultural do município, "de inestimável valor cultural", destaca.
O Centro Histórico de Salvador abriga imóveis antigos que, ao longo dos anos, passaram por um acelerado processo de degradação, principalmente pela falta de manutenção de seus proprietários. "Muitos destes imóveis estão totalmente abandonados, alguns deles tombados, representando risco iminente para moradores e transeuntes", alerta.
As vistorias são feitas a partir de demandas dos moradores ou proprietários, por iniciativa da Codesal ou de solicitações feitas por órgãos parceiros. Todas as inspeções, independentemente de o imóvel ser particular ou público, são realizadas envolvendo análise técnica, executadas por profissionais habilitados.
A subcoordenadora de Áreas de Risco e coordenadora do Projeto Casarões, Rita Morais, cita que uma das grandes dificuldades na gestão das atividades é o acesso ao proprietário, ou a recusa de assinar a notificação. “Isso prejudica o principal objetivo do projeto que é o de atuar de forma preventiva, buscando a conservação do patrimônio histórico”, declara.