Um incêndio na madrugada deste sábado (5), atingiu as instalações do prédio onde funcionava o Hospital Salvador, na Federação. Esse é o segundo caso de incêndio no imóvel em menos de um mês, o primeiro aconteceu em 9 de outubro.
Antes de ser abandonada, a unidade funcionava como ponto exclusivo para tratamento da Covid-19, até outubro de 2021. As chamas teriam iniciado por volta de 1h30.
Outro incêndio no imóvel foi registrado na noite de 9 de outubro, quando uma das salas foi atingida. Na época, foi confirmado que documentos de pacientes estavam amontoados em uma sala onde funcionava a administração do hospital.
O local tinha muito lixo espalhado e até fezes humanas eram encontradas na unidade, junto com material hospitalar de risco, como seringas e bisturis.
Cadeiras de rodas e extintores também estavam abandonados. Vândalos destruíram portas, janelas e caixas de energia elétrica.
Impasse entre prefeitura e gestores
O prédio está vazio desde setembro de 2021, quando a Prefeitura de Salvador alega ter devolvido o imóvel para o grupo responsável. A Secretaria Municipal de Saúde revogou o contrato da requisição do hospital em novembro do último ano, dois meses depois de deixar o prédio.
Segundo a gestão, foi enviado um e-mail com um ofício para os donos do hospital informando sobre a revogação do contrato. A prefeitura afirma que, no texto, solicita a colaboração dos donos do imóvel para agendar uma vistoria com urgência.
Por meio de nota, gestores do hospital informaram que a unidade estava sem funcionar e que, no período de pico da Covid-19, foi requisitada administrativamente pela prefeitura. Essa requisição, no entanto, foi encerrada há um ano.
Os representantes legais do hospital informaram que a guarda do Hospital Salvador está com a prefeitura, que "deveria zelar pela integridade física dos bens sob a sua responsabilidade". Acrescentaram ainda que existem duas ações indenizatórias impetradas contra o Município e uma mandamental para que o órgão encerre a requisição administrativa, seguindo as etapas previstas na legislação de regência.
De acordo com os representantes do hospital, "o Município altera a verdade quando diz à sociedade soteropolitana que o Hospital não estava em funcionamento", pois eles prestavam serviços para a prefeitura, com contratos vigentes e públicos, planos de saúde e uma parceria com a Maternidade Climério de Oliveira.
Informaram também que adotam medidas administrativas contra os agentes públicos do Município e judiciais contra o Município, pelo descumprimento da decisão proferida pelo juízo da 8ª Vara de Fazenda Pública.