Menos de uma semana após a eleição de Lula à presidência da República, muitos partidos buscam discutir como será o posicionamento e acomodação no próximo ano.
O presidente do União Brasil, Luciano Bivar, afirmou, por exemplo, que não irá fazer oposição ao governo petista "de jeito nenhum".
"Temos princípios econômicos diferentes, mas o que mais importa é o fortalecimento da democracia. Queremos dar governabilidade e sustentação ao presidente Lula e apoiaremos com o maior prazer seu governo. Não vamos ser oposição de jeito nenhum", afirma Bivar, que chegou a colocar seu nome da disputa presidencial, mas terminou reeleito deputado federal por Pernambuco.
A decisão, entretanto, pode colocar em cheque o futuro de quadros do partido, como o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), que perdeu a eleição ao Governo da Bahia para o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues.
Ao longo da campanha, Neto rejeitou declarar apoio a Lula ou a Bolsonaro. Apesar da tendência natural e do próprio anúncio de apoio de Bolsonaro, o ex-prefeito temia que a sua rejeição na Bahia, estado que deu o maior número de votos a Lula, impactasse negativamente na sua candidatura.
Outro nome que deve resistir ao gesto é o do ex-juiz Sergio Moro, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e que nos últimos tempos intensificou o seu apoio ao atual presidente, se colocando como adversário do PT. As informações são da Folha de S. Paulo.
Fora do país, Bivar não tem pressa em definir o futuro da relação do partido com o novo governo, mas sabe que com a força de 59 deputados federais, configura um importante ativo no Congresso.
"Não vamos conversar com o PT em clima de fisiologismo, mas sim de fortalecer as instituições e a democracia. O União é um partido grande e independente e pode ajudar o novo governo", diz.