Incomodado com o resultado eleitoral do PDT este ano na Bahia, o presidente estadual do partido, Félix Mendonça Jr., já pensa em aparar as arestas e enxugar a sigla para o próximo pleito.
Este ano o partido elegeu o vereador de Salvador, Émerson Penalva, para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), e garantiu as duas cadeiras na Câmara Federal com o ex-secretário Leo Prates e o próprio Félix, que se reelegeu no limite de votos.
O resultado poderia ser melhor, segundo Félix, não fosse a ausência de correligionários na campanha. Um deles é o vereador Anderson Ninho (PDT), aliado de primeira ordem do atual prefeito de Salvador, Bruno Reis, e do ex-prefeito ACM Neto, ambos do União Brasil.
Ao Portal Salvador FM, Félix contou com exclusividade que Ninho não disputa mais uma eleição pela PDT e que deve procurar um novo abrigo caso queria sair candidato no próximo pleito. Segundo a liderança, faltou do vereador um apoio explícito a alguma candidatura do partido, seja a deputado estadual ou federal.
"Isso é normal, a saída de pessoas ligadas ao partido, mas que não votam no partido. Que não votou em um candidato a deputado, governador ou presidente do partido. Ele podia ter apoiado alguém para federal ou estadual", disse Félix Mendonça, que apesar de fechar o cerco garante que não irá "expulsar ninguém".
"Na próxima eleição não vão ter legenda. Não poderão sair candidatos pelo partido", completou.
Outras baixas estão previstas e já são aguardadas, como a do vereador Henrique Carballal, que foi um dos coordenadores da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao Governo da Bahia. No estado e na capital baiana, o PDT é aliado do grupo de ACM Neto, que disputa contra o ex-secretário petista.
A notícia, contudo, pegou o vereador Anderson Ninho de surpresa. Ele admitiu à reportagem que estava sabendo da decisão de Félix justamente pela nossa ligação.
"Eu estou focado ainda na eleição de ACM Neto, estou sabendo disso agora", admitiu o vereador. Na Bahia, o partido selou apoio a ACM, mas nacionalmente está com o ex-presidente Lula (PT).
Ninho garante que não foi convidado formalmente para fazer "dobradinha" com nenhum outro candidato do PDT, e que sempre foi fiel às decisões do partido na Câmara Municipal e à base de apoio de Neto e, agora, de Bruno Reis.
Com a saída de Penalva para a Alba, lembra Ninho, ele agora irá assumir a liderança do partido na CMS.
"Eu não fui convidado para fazer dobradinha. Eu sou totalmente da base, todas as vezes que precisou. Com Émerson Penalva saindo, eu serei o líder na Câmara", reiterou.
