O presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou entre as sua prioridades caso seja reeleito, a ampliação de quadro de ministros no Supremo Tribunal Federal (STF). O número saltaria de 11 para 16 ministros.
Somente nos quatro anos iniciais da Ditadura Militar no Brasil, até 1969, o país teve 16 ministros. Foi a única vez na história com essa composição. Segundo Bolsonaro, essa medida seria na sua visão uma forma de reduzir o "ativismo judicial", já que as indicações seriam feitas por ele mesmo.
"Já chegou essa proposta para mim e eu falei que só discuto depois das eleições. Eu acho que o Supremo exerce um ativismo judicial que é ruim para o Brasil todo. O próprio Alexandre de Moraes instaura, ignora Ministério Público, ouve, investiga e condena. Nós temos aqui uma pessoa dentro do Supremo que tem todos os sintomas de um ditador. Eu fico imaginando o Alexandre de Moraes na minha cadeira. Como é que estaria o Brasil hoje em dia?", disse o presidente em entrevista à revista Veja.
Em entrevista ao UOL, o jurista Walter Maierovitch reitera que uma ação como essa seria empurrar o Brasil para uma forma de "ditadura" novamente, como ocorro hoje em países como a Venezuela e Hungria, onde Nicolás Maduro e Victor Orban reduziram a independência entre os poderes e comandam um regime autoritário.
Na sexta-feira (7), Bolsonaro disse que vai precisar da ajuda do Congresso para colocar sua ideia em prática. "Não posso passar [sozinho] para mais cinco [ministros]", iniciou ele.
"Se quiser passar, tem que conversar com o Parlamento. Isso se discute depois das eleições. Essa proposta não é de hoje, há muito tempo outros presidentes pensaram em fazer isso daí", disse.