Eleições

'Favoráveis à ditadura e à tortura estão com meu adversário', dispara Lula

"O caminho da volta à democracia é a nossa vitória nas eleições", disse o ex-presidente

Ricardo Stuckert/PT
Ricardo Stuckert/PT

O ex-presidente Lula cumpriu agenda na manhã deste sábado (8) em Campinas, interior de São Paulo, com uma caminhada pela cidade. Em seu discurso, ele fez uma ofensiva contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), apontando o uso de verba pública para fazer campanha pela reeleição, e se colocou como o candidato que representa a democracia.

"O caminho da volta à democracia é a nossa vitória nas eleições. Todos que brigaram pela democracia estão do meu lado. E aqueles que são favoráveis à ditadura e à tortura estão com o meu adversário. Estou muito tranquilo. Essa é a tranquilidade de quem sabe que vai ganhar as eleições. O meu adversário está esbravejando", declarou o candidato à presidência que disputa o segundo turno.

Em 2016, durante o seu voto favorável ao impeachment de Dilma Roussef (PT), o então deputado federal Jair Bolsonaro elogiou o Coronel e torturador confesso da Ditadura Militar, Brilhante Ustra, conhecido por utilizar, entre outras táticas, da inserção de ratos no canal vaginal de mulheres presas políticas.

Lula citou ainda o vídeo que circulou na última semana de uma entrevista de Bolsonaro ao The New York Times, no qual ele cita que "comeria um índio" durante visita à Amazônia, mas que não fez porque a comitiva se recusou.

Ninguém quer vir aqui [estrangeiros ao Brasil] com medo do canibal. Eu vi o vídeo dele dizendo que comeria um índio. Ele falou pro jornalista estrangeiro. Aquilo não é invenção, nós estamos informando o povo de como é o nosso adversário", alertou.

Depois de estar à frente do partido que venceu quatro eleições à presidência, Lula hoje reconhece a dificuldade em enfrentar um adversário com a máquina à sua disposição, mas diz que Bolsonaro conduz a campanha de forma ilegal.

'Uso de máquina pública para fazer campanha'. "Nós estamos fazendo uma campanha numa certa anomalia, porque nós temos um cidadão que está exercendo a presidência que está utilizando a máquina do governo para fazer campanha. Ele está agindo como se o Brasil fosse coisa particular dele, em que ele faz do jeito que ele quer na medida em que ele tenta ganhar voto", disse.