“Muitas vezes a gente pensa que por estar dormindo não está pagando impostos. Mas na verdade, se você deixa a geladeira ligada, tem a energia elétrica. E a energia elétrica, por exemplo, paga 40 % de imposto. Então, o brasileiro paga imposto, sim, e paga imposto até quando está dormindo.”
A afirmação é do economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solime. Ele conversa sobre o famoso “Impostômetro”, painel instalado em várias capitais e que aponta, a cada segundo, a previsão do que foi arrecadado, desde o começo do ano, de impostos pelos governos federal, estaduais e municipais.
O economista acha que o “Impostômetro”, apesar de ser uma previsão, deve fechar este ano de 2016 com mais de R$2 trilhões arrecadados. Ele diz que os governos só não arrecadam mais porque “a economia está quase parada e boa parte da arrecadação depende das vendas no comércio, que estão muito fracas.” Na verdade, ele explica, na entrevista, que não fica estranho tanta arrecadação com a economia em recessão.
“Como houve aumento de vários impostos, esta é uma parte da explicação. A outra parte é o aumento de preços porque, embora o brasileiro esteja consumindo menos, acontece que o imposto é proporcional ao preço. Por isso a arrecadação não está menor este ano, apesar da recessão, da queda das vendas, por causa do aumento dos produtos. Então o brasileiro está pagando duplamente. Ele paga imposto por consumir e paga pelo aumento de preços.”
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